Com o título no bolso, André Villas-Boas aproveitou para ensaiar um novo plano, e com protagonistas diferentes. Em vez do habitual 4x3x3 que conquistou o campeonato, os novos campeões nacionais entraram em 4x4x2, em losango.
Na baliza, Helton lesionou-se durante a semana e não foi convocado, sendo substituído no onze por Beto. Para o lugar dos três jogadores castigados na defesa (Fucile, Otamendi e Álvaro Pereira) entraram Sapunaru, Maicon e Sereno. Na inovação táctica do meio-campo para a frente, Souza, o médio mais recuado, foi titular pela primeira vez em jogos do campeonato. À frente, como interiores tinha Moutinho (direita) e Belluschi (esquerda), com Ruben Micael mais adiantado no apoio a Falcao e Hulk, abertos no ataque.
Carlos Azenha também encontrou dificuldades para formar a equipa, face aos castigos de André Pinto, Soares e Pedro Siva II, além das lesões de Aragoney e Ivanildo. Em vez do usual 4x2x3x1, a equipa foi esquematizada em 4x3x3. Nilson entrou para defesa-esquerdo, fazendo derivar Ricardo Nascimento para central. No miolo, Alhassan foi titular pela primeira vez, ao lado de Elias e Hélder Castro. No ataque, as linhas ficaram entregues a Lito e Candeias e Kadi foi o ponta-de-lança.
Quiçá contagiadas pelo calor que se sentia, as duas equipas nunca imprimiram um ritmo elevado ao jogo. O Portimonense deu a iniciativa ao adversário, mas este revelou pouca vontade em querer assumi-la. O meio-campo dos dragões foi sempre muito lento e previsível com Hulk e Falcao a terem pouco jogo.
Em defesa, o Portimonense baixava todas as linhas, sempre muito compacto dentro do seu meio-campo e ocupava muito bem os espaços, retirando-o ao adversário. Hulk e Falcao caíam à vez nas alas, embora mais o brasileiro. Mas Hulk demorou muito tempo a entrar em jogo. Via-se que o brasileiro precisava de espaço para embalar e não o tinha. Por isso, chegou a trocar de posição com Sapunaru, com o romeno a encostar em Nilson para o Incrível embalar vindo de trás.
Com as equipas encravadas uma na outra poucas ocasiões de golo existiram na primeira parte. Só em remates de longe foi possível colocar os guarda-redes á prova. Mas tão fracos eram que nem para testá-los serviu. Assim, só poderia dar nulo ao intervalo.
Finalmente houve emoção
O Sol foi-se embora, o calor abrandou e os jogadores começaram a correr mais. E finalmente começou a haver lances de perigo. E começaram a haver finalizações dentro da área. Falcao falhou a primeira, mas Hulk levantou pouco depois os adeptos do novo campeão nacional com um monumental golo: recebeu a bola à entrada da área descaído na direita e rematou em arco ao ângulo superior contrário da baliza de Ventura.
Dez minutos depois o Portimonense empatou, por Ruben Fernandes, de cabeça, na sequência de um canto. Um golo muito consentido já que o central algarvio saltou à vontade dentro da pequena-área. Mas a euforia dos algarvios durou apenas três minutos: Falcao desmarcou-se na direita e rematou cruzado para o fundo da baliza de Ventura.
Entre oportunidades repartidas mais golos aconteceram. O Portimonense empatou aos 84 minutos, num lance a papel químico do primeiro golo, por Mourad, de cabeça na sequência de canto. E novamente com muitas facilidades saltando sem oposição dentro da pequena área.
Mas, num filme já visto anteriormente, os algarvios nem tempo tiveram para comemorar, porque dois minutos depois, Maicon voltou a colocar os dragões em vantagem, de cabeça, garantindo três pontos muito suados.
RELACIONADOS
Fernando Rocha: «É difícil sair após trabalho feito»
Azenha: «Descer com dignidade, não empurrados»
Villas-Boas avisa: «Spartak venceu Ajax por 4-0»
Villas-Boas: «Foi uma vitória difícil»
Rolando: «Adversário colocou-nos muitas dificuldades»
Portimonense-FC Porto, 2-3 (destaques)
Ruben Fernandes: «Fizemos tudo para o empate»
Portimonense-FC Porto, 2-3 (ficha)