O agora ex-seleccionador da Polónia, Leo Beenhakker, teceu fortes críticas à federação daquele país, chamando os responsáveis de «amadores». E nem o presidente do organismo - Grzegorz Lato, o melhor jogador polaco de todos os tempos ¿ escapa. Beenhakker acusa Laro de ter anunciado a sua saída do comando técnico quando estava «embriagado». Um despedimento que, no final de contas, não foi oficializado, mas será uma realidade pois o holandês diz que não volta.
Beenhakker não foi parco em palavras e narrou os incríveis acontecimentos do final do jogo frente à Eslovénia: «Estava a dar uma entrevista a um canal de televisão e o Grzegorz Lato estava três metros à minha direita a anunciar o meu despedimento a outra estação televisiva, sem sequer ter falado comigo antes».
A conversa com o treinador, segundo Beenhakker, ficou para o final da entrevista: «Veio ter comigo algumas horas depois e notava-se que estava embriagado. Pediu-me desculpas pelo que disse à televisão e convidou-me para uma reunião para discutirmos o futuro da selecção. Disse-me que não tinha capacidade para decidir sozinho o meu despedimento, sem falar com os restantes dirigentes da federação. Percebi que, afinal de contas, não tinha sido despedido¿»
Mas a saída do holandês é irreversível, agora por decisão própria: «Não vou regressar para os jogos que faltam. Tenho pena pelos jogadores, que são pessoas fantásticas, mas as pessoas à volta da selecção da Polónia são um bando de amadores».
«Já vi muitas coisas malucas ao longo da minha longa carreira, mas a federação polaca conseguiu superar todas elas» referiu o treinador à revista holandesa Voetbal International.
Na origem de toda esta história esteve a derrota sofrida pela Polónia na Eslovénia, por 3-0, que complicou as contas e quase fechou definitivamente a porta do Mundial 2010 para aquela selecção.