São 14 os pontos que separam Sporting e F.C. Porto, diferença imensa que não se sente durante um clássico, muito menos o torna diferente de duelos anteriores. Quem assim pensa é Anderson Polga, capitão leonino, que a dois dias da jornada de Alvalade garante que as cartas do campeonato ainda estão em cima da mesa.
« Num clássico não existe uma motivação especial, além do grande jogo que pode acontecer. Todo o jogador está preparado. Claro que a diferença pontual é grande, mas há muito campeonato ainda. É um jogo importante, como têm sido os últimos, como são todos, contra uma grande equipa que vive um bom momento», perspectivou o central, esta sexta-feira, na Academia, na antevisão da jornada.
Polga sabe que do outro lado não estará um adversário qualquer, pelo contrário, contudo, entende que não será por isso que o Sporting terá menores ambições. Até porque o sonho do título pode, ainda, concretizar-se: «É um jogo importante por vários motivos: por ser um clássico, por ser de uma competição que temos de voltar a vencer o mais rápido possível e por jogarmos em casa. Ainda estamos vivos esta época.»
O Sporting entrou a perder em 2008 (Boavista), os últimos dois resultados foram a excepção - Lagoa e Beira Mar, para as taças de Portugal e da Liga, respectivamente -, no entanto, traduziram-se por vitórias e estas sabem confortar a alma, não só dos jogadores como dos adeptos. «Conseguimos retomar, digamos assim, algo mais com os adeptos. A equipa está consciente, concentrada e sabe que este jogo com o F.C. Porto traz aspectos que, para nós, vão ser importantes», considerou.
«Trazer para este desafio aquilo que de bom já fizemos esta época»
O êxito têm andado de costas voltadas para o Sporting, a contestação a treinador, jogadores e dirigentes sucede-se a cada compromisso, todavia, os recentes resultados afectaram positivamente o grupo leonino, que, garante Polga, vai entrar determinado a vencer o F.C. Porto.
«Teoricamente, [Lagoa e Beira Mar] eram equipas mais fracas, mas eram encontros decisivos, que não podíamos perder, então também existia pressão. O F.C. Porto é diferente, temos essa consciência. Pratica bom futebol, tem um grupo de jogadores muito bom. Sabemos como vai apresentar-se, como joga, na maioria sempre bem, mas mais importante é a nossa equipa saber comportar-se e conseguir trazer para este desafio aquilo que de bom já fizemos esta época. Vamos entrar fortes, para termos oportunidade de conseguir um bom resultado», observou o capitão do Sporting, provando, mais uma vez, saber de cor a lição do clássico: «É uma formação forte, muito equilibrada dentro de jogo, coesa, ataca muito bem, tem uma agressividade muito grande quando perde a bola. São jogadores competitivos, mesmo quem ataca, e isso faz com que sejam vencedores.»
Em Alvalade, o Sporting tem, assim, oportunidade de reduzir a diferença para o líder, sem pensar no V. Guimarães-Benfica que se disputará um dia antes, mais preocupado que estará em bater o dragão. «É um jogo de grandes, a motivação existe e queremos voltar a vencer. (...) É sempre melhor pensar no que podemos fazer, no melhor que podemos apresentar e, então sim, após o final da ronda saber em que lugar terminámos. E o que queremos é subir na tabela.»