A Taça de Portugal começa a ser a competição de eleição do Pinhalnovense. O 4º classificado da zona sul da II Divisão já está nos quartos-de-final da prova. E o facto já nem é novidade: é o segundo ano consecutivo em que o emblema atinge este patamar. Na temporada passada, a Naval interrompeu o sonho. Agora, acredita-se que as fronteiras se alargarão.

Depois de vencer o Leixões, o grupo pouco festejou. Jantou no hotel e avançou para Sul, chegando ao Pinhal Novo já de madrugada. Na boca de todos, o feito histórico. Mais um.

Herói no Mar não serviu ao Benfica

«A festa foi muito bonita, mas agora o balneário está dividido. Alguns colegas preferem jogar com um dos grandes, outros, como eu, querem alguém teoricamente mais fraco, para poder, quem sabe, chegar à meia-final. A Taça de Portugal é isto. Já há poucos clubes em prova, agora podemos sonhar», afirma Quinaz, o extremo que o Maisfutebol considerou o melhor em campo no jogo com o Leixões.

Se para Quinaz, que estava no grupo na temporada passada, a sensação não é nova, há quem a viva pela primeira vez. Tomaz Faria formou-se no Sporting, esteve na equipa B dos leões ao lado de Beto do F.C. Porto, por exemplo, mas é no Pinhal Novo que vai dando cartas. «Isto acaba por ser uma chamada de atenção para esta equipa. Existe qualidade na II Divisão, até porque acaba por ser o destino de vários jogadores que acabam a formação e não têm espaço nos grandes», lembrou.

A realidade do terceiro escalão português é assim. Mistura a experiência de jogadores com passagem por clubes de nomeada com a irreverência de quem se quer afirmar e chegar às competições profissionais. No Pinhalnovense, por exemplo, encontram-se nomes bem conhecidos como Pedro Alves (ex-Belenenses), Hugo Costa (ex-V. Setúbal) ou Miran (ex-Estrela da Amadora). Pelo meio, jovens sedentos de afirmação.

Quinaz quer o Benfica, Tomaz o F.C. Porto

A Taça de Portugal assume, assim, uma importância maior. «Estas duas campanhas projectam os jogadores da casa. Acho que é bom para que alguns dos jovens jogadores do clube possam ter sobre si as atenções. Temos feito um campeonato algo irregular, mas na Taça só sofremos um golo», lembrou Tomaz.

Apesar das dúvidas existentes no seio do grupo, Quinaz e Tomaz Faria falam com convicção: a ideia é jogar em casa, com alguém mais acessível. «Não sei até que ponto poderemos jogar em casa nesta fase da prova, por termos um relvado sintético. Se for possível, para nós era muito bom», diz Tomaz Faria.

E se o sorteio trouxer um grande? «O Benfica. Gostava muito de jogar na Luz», atira Quinaz. «O F.C. Porto», opina Tomaz. O ex-leão explica de imediato a sua opção: «Está em primeiro no campeonato, ainda ninguém os venceu. Para nós ia ser muito prestigiante se jogássemos no Dragão». E que tal ser o Pinhalnovense a tirar a invencibilidade da equipa de André Villas-Boas? «Temos de admitir que as hipóteses são escassas, mas existem. Quem sabe...»