Mais um ano que passa e Pedro Roma, o jogador mais velho da Liga, está cada vez mais próximo de atingir o seu objectivo de carreira: jogar até aos 40 anos. O veterano capitão da Académica completou 38 anos, nesta terça-feira, e afirma-se, mais do que nunca, em forma para reeditar a célebre longevidade entre os postes de alguns guardiães famosos, como o inglês Peter Shilton (jogou até aos 47 anos) ou Michel Preud¿Homme (ficou-se pelos 40 anos), por exemplo.
«Está a ser um dia normal, com treino pela manhã, e uma pequena celebração no balneário, com os colegas, que é sempre importante para fomentar o espírito de grupo. Depois, estive no departamento de futebol juvenil, a cumprir as minhas outras funções, e vou reservar o resto de tarde/noite para a família», revelou o jogador ao Maisfutebol, que diz não ter recebido qualquer prenda surpreendente: «Já não estou numa fase em que peça algo em particular. Fica, sobretudo, a lembrança dos amigos, que vão ligando e se recordam de nós neste dia. O resto é o habitual: muita saúde e disponibilidade para prosseguir a minha actividade.»
Jogar mais duas épocas é a meta que continua traçada: «Tenho dito que a minha ambição não conhece limites, não tem data nem hora. Levar a minha carreira de jogador até ao 40 seria uma data bonita e o culminar de um objectivo que estabeleci para mim. O importante é continuar com esta capacidade física, disponibilidade mental e espírito renovado, sempre com muita entrega diária ao trabalho.»
Roma habituado a conviver com a concorrência
A concorrência, mais uma vez, parece não retirar um milímetro à ambição do carismático guarda-redes conimbricense. Afinal, já são incontáveis as épocas em que a Académica contratou um jogador, supostamente para lhe suceder, mas, no final, a titularidade acabou sempre por lhe pertencer. «Já estou habituado a que, todos os anos, sejam contratados novos jogadores, que vêm reforçar o nosso plantel. Este ano foi recrutado um guarda-redes credenciado, experiente [Peskovic], que vem valorizar-nos. Não é uma novidade para mim, sei conviver com estas situações. Estou aqui, justamente, para integrá-los, ajudá-los, e ser, no fundo, um elemento aglutinador do grupo.»
Aquilo que constitui, sem dúvida, uma novidade para o guarda-redes dos estudantes são as suas novas funções, de gabinete, como director-geral do clube para a formação. Uma experiência enriquecedora, à qual se dedica, por enquanto, em part-time: «É uma colaboração que tenho dentro do tempo que me resta depois da minha actividade principal. Tem-me dado um gozo enorme poder trabalhar com jovens, transmitir a minha mensagem e mostrar-lhe a minha visão já que, tal como eles, também fui formado na Académica. Tem sido extremamente aliciante.»