Já em tempo de despedidas para umas merecidas férias, o treinador Pedro Martins quis deixar uma chamada de atenção em relação ao que o seu adjunto Carlos Jorge vive neste momento. É que este técnico foi expulso em Portimão e está sob inquérito disciplinar.

«No último jogo fora, o Carlos Jorge foi expulso do banco e neste momento está decorrer um processo e já lá vão 20 dias sem ainda se saber qual vai ser o castigo, mas ele não pode estar no banco. Nesse jogo, ele não fez absolutamente nada para que fosse castigado. Houve situações este ano no futebol português bem graves e deram 10 ou 12 dias. Isto tem de acabar. Tem de haver a mesma justiça para os ricos e para os pobres. Nesta altura, tenho a criticar que haja um critério igual para todos. O critério na arbitragem e na justiça não é uniforme», considera.

O técnico madeirense prosseguiu depois o raciocínio aludindo ao caso que envolveu Jorge Jesus e Luís Alberto, do Nacional, embora não tenha apontado nomes.

«O futebol tem vindo a crescer, os jogadores estão preparados, os treinadores portugueses também, infelizmente a arbitragem não atingiu essa maturidade. Não faz sentido o Carlos Jorge apanhar 20 dias, por supostamente ter feito algo, que nem foi sequer seria muito grave, mas não fez nada, enquanto outros que foram vistos por milhões de pessoas e apanharam 12 dias. Têm de ser transparentes para o exterior», disse Pedro Martins.

E foi mais longe: «O árbitro fez o seu relatório. Tivemos várias situações com treinadores a envolverem-se quer em agressões verbais e físicas e o que lhes aconteceu? Apanharam 10 ou 12 dias. O Carlos Jorge não fez nada e não sabe o que lhe vai acontecer. É a protecção aos grandes. Pode-se actuar perante os clubes pequenos, quando é os grandes, recua-se em muita coisa. Isto tem de acabar forçosamente».

«Limpeza» nos observadores

Depois, o responsável do Marítimo criticou também as avaliações feitas por vários observadores dos árbitros. No seu entender, algo também tem de mudar e deixa até uma sugestão.

«Os observadores em Portugal têm um enorme poder. E isso também tem de acabar. Estão há muitos anos como observadores e isso não é bom. Tem de haver um plano técnico de avaliação daqueles que avaliam os árbitros. Estou a falar na I e II Liga, que façam uma observação semanal para ver se o observador do árbitro foi competente ou não nesse jogo. Muitos desses observadores já estão há muitos anos e não têm competência para essa responsabilidade. Proponho uma comissão de observação dessas pessoas, para esses observadores já terem mais cuidado com o que escrevem».