A Académica regressa à competição esta sexta-feira, em Setúbal, diante do Vitória local, na abertura da 14ª jornada da Liga mas o encontro que já está a mexer em Coimbra é a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, dia 12, diante da Oliveirense. Duas provas distintas, que o técnico quer manter bem separadas na cabeça dos jogadores.

«É perfeitamente natural que, num momento ou outro, se pense no jogo mas o facto é que esta sexta-feira temos um confronto directo com uma equipa que vai estar ao nosso lado praticamente até final na disputa da manutenção. Se não estivermos concentrados nos nossos objectivos, não teremos nem cabeça, nem moral para quinta», afirma Pedro Emanuel, ciente, ainda assim, da importância do embate com os sadinos:

«Fazer uma boa exibição em Setúbal seria um acrescento de motivação para a Taça. Se perdermos? Claro que influencia sempre. Apesar de dizermos que não, no subconsciente dos jogadores pesa sempre. É isso que queremos evitar, essa tensão. Queremos, isso sim, meter o que temos metido em campo ultimamente e que tem dado vitórias e passagem de eliminatórias.»

Do adversário, diz o jovem treinador, tem um «plantel de qualidade, com jogadores de valor e experientes». «Apesar do campeonato irregular, vão querer ganhar em casa, onde não o conseguem há algum tempo. Isso é uma dificuldade acrescida para nós mas queremos fazer um bom jogo e manter níveis competitivos altos. Se isso acontecer, estaremos mais perto da vitória», acrescenta.

Sem reforços, jogam os juniores... sem stress

As saídas de Berger e Sissoko vão obrigar os estudantes a ir ao mercado por um central e um extremo, mas Pedro Emanuel não dramatiza a situação. Há soluções no plantel e, se não for possível garantir os reforços desejados, também não haverá problema.

«Não deitaremos as mãos à cabeça como se fosse o fim do mundo. Manteremos os mesmos objectivos? Naturalmente. Vamos utilizar os juniores, o Issouf, o Magique, por que não? Eu defendo que as oportunidades têm de ser dadas. Não há estatutos ou idades, ter 18 ou 35 é irrelevante desde que se produza o esperado e muito menos se pudermos valorizar a formação.»

Ainda com o mercado em pano de fundo, o técnico revelou que não foi abordado para se transferir, pese a boa campanha da equipa, nem acredita que o faria com a época a decorrer: «Até pela minha forma de pensar e trabalhar, gosto de ter certezas, por isso, seria complicado. Não fui abordado e, se o fosse, diria que estou completamente concentrado na Académica. Obviamente, declinaria.»