Há uma equipa de cujo nome Pavlovic, jogador da Académica, nem quer ouvir falar. A razão desta aversão prende-se com um acaso macabro, revelado logo na altura pelo Maisfutebol: pela segunda época consecutiva, exactamente um ano e um dia depois, o médio sérvio voltou a lesionar-se no Estádio Cidade de Coimbra, frente ao mesmo adversário: o Boavista.
Da primeira vez, numa jogada com Kazmierczak, desta feita num lance com Charles Obi. Em ambas as situações, nem falta foi assinalada, mas, pior ainda, nenhum responsável do Boavista - a começar pelos próprios atletas envolvidos - quis saber do estado do jogador da Briosa, nem esboçou, sequer, um pedido de desculpa.
É este último aspecto que mais magoou o médio da Briosa, que se viu forçado a terminar a última época em Fevereiro, dada a gravidade da lesão, e, na presente, já falhou o jogo com o Leixões e também não poderá defrontar o F.C. Porto no próximo domingo.
Como se não bastasse tudo isto, Pavlovic não gostou do comentário que Jaime Pacheco terá feito no ano passado, quando o confrontaram com a dureza e as consequências do lance que levou o sérvio a perder um terço da época passada. «Disse quem anda à chuva molha-se. Isto quando eu estava no hospital, com o pé engessado. Depois disso, nem quero saber o que ele pensa sobre o assunto desta vez», desabafa o trinco dos estudantes, relevando toda a sua mágoa: «Respeito-o por ter sido um grande jogador e pelos títulos que tem. Não o conheço como pessoa e estou triste com essa atitude.»
A primeira passa, a segunda...
Apesar de falar mais a frio, quase 15 dias depois do último acontecimento, o jogador da Académica continua a ilibar Kazmierczak na primeira lesão, mas não Charles Obi: «Da primeira vez, foi um azar. A segunda, não me parece. Todos sabemos que o forte do Boavista não é jogar bonito. Tem jogadores fortes, que dão muita porrada. Não tenho nada contra as equipas que jogam duro mas não acredito em coincidências. Quando alguém nos faz mal e não pede desculpa, pensamos que o fez de propósito. Aliás, basta ver o lance: tenho a bola controlada, ao nível do solo, e ele bate-me por trás, um pouco abaixo do joelho. Só por sorte não me partiu o pé!»
O ressentimento de Pavlovic estende-se, também, ao árbitro (Lucílio Batista) da partida. «Poderão dizer que o futebol é assim, são coisas que acontecem, mas eu tenho a minha opinião. As pessoas têm de corrigir certas coisas e distinguir o que é um lance duro, embora legal, e o que é uma falta grave. Neste caso, para mim, era lance para amarelo. Não foi nem uma coisa nem outra. Eu, por exemplo, já vi cartões por muito menos do que isso», acusa.