Paulo Bento assume o momento difícil do Sporting, o «mais difícil» desde que assumiu o comando da equipa, mas defende que é a altura de reagir. O treinador manifestou-se agradado com a exibição da equipa em Coimbra, apesar do empate cedido nos últimos instantes, e quer dar continuidade a esse trabalho este sábado no jogo da Taça de Portugal frente ao Lagoa. O treinador explicou ainda que a pressão que sente para sair vem do exterior e não do próprio clube.
Ainda sem vitórias em 2008, o Sporting vai jogar o seu primeiro jogo em Alvalade diante dos seus adeptos. «Espero um ambiente que permita à equipa jogar dentro daquilo que é habitual. Não temos de nos preocupar com essa situação. O Sporting vai jogar para uma competição onde quer seguir em frente, é detentor do troféu. Não podemos estar a fazer jogos de futebol e estar sistematicamente preocupados com o que vem do exterior. Não se pode andar no futebol dessa forma», comentou.
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A relação com os adeptos agudizou-se nos últimos jogos, particularmente depois dos empates com o Leiria (1-1) e com a Académica (1-1) em que os jogadores foram apupados. «A vida de jogadores, treinadores e dirigentes passa por isso. As pessoas são livres de expressar a sua opinião. No futebol nuns momentos somos bons, noutros somos menos bons e ainda noutros somos muito maus e teremos de saber viver com todas essas situações. Aquilo que digo é que não é a melhor forma e em Coimbra não foi justo para com os jogadores em função daquilo que produziram e pela forma como trabalharam», acrescentou.
Paulo Bento não sabe se pode contar com o apoio da maioria dos adeptos, mas garante que não vai ter problemas em regressar a Alvalade. «O melhor é fazerem uma sondagem. Nos jogos que realizei, mesmo naquele com o Leiria, não tenho sentido qualquer problema em orientar jogos em Alvalade ou fora. Mas acredito que todos os que fazem parte do Sporting estarão naturalmente menos satisfeitos e mais tristes com os resultados que a equipa tem alcançado no campeonato», prosseguiu.
No último jogo, em Coimbra, o presidente Soares Franco saiu em defesa do treinador, numa breve conferência de imprensa após o jogo. «Aquilo que tenho sentido, não só da parte do presidente, mas de todos os que trabalharam comigo, foi uma grande solidariedade e apoio nos momentos mais difíceis. É importante essa confiança, não só para o treinador, mas para todo o grupo. Mas temos de fazer a nossa parte para merecer essa confiança. Penso que em Coimbra o fizemos e tenho a convicção absoluta de que amanhã vamos alcançar o nosso objectivo», referiu.
Depois do empate com a Académica, Paulo Bento referiu que estava mais perto de sair. Uma expressão que deixou dúvidas e que o treinador explicou esta sexta-feira. «Não me sinto empurrado, por dentro claramente que não. Se me sentisse empurrado já não estaria aqui. Sinto a solidariedade daqueles que trabalham comigo. Há um ditado que diz que para beber água não preciso que me assobiem. Se me sentisse empurrado já não estaria aqui. Aquilo que disse e que criou alguma confusão é que com o tempo que vai passando estou mais perto da saída do que na altura em entrei. Esse desejo e essa vontade já vem de há algum tempo e vem exclusivamente do exterior», referiu sem querer falar em nomes.