Paulo Bento ainda não sabe o que vai acontecer depois do jogo com a Bósnia, desta terça-feira. Não só a nível desportivo, com a presença ou não da Selecção no Euro-2012, mas também a nível pessoal, com a sua continuidade ou não no cargo. Algo que não o preocupa nesta altura.

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«O meu futuro não me tira o sono. Vivi muito tempo num clube em que o futuro esteve sempre em causa. Quando aceitei o cargo sabia que podia durar dois, três, quatro jogos, com o limite de estar no Euro-2012. Não me preocupa. Amanhã a pressão será toda a minha e não dos jogadores. Eles vão continuar a ser jogadores, e voltar aos seus clubes, espero que com satisfação de terem ajudado a sua selecção e o seu país a chegar ao Europeu. Após o jogo de amanhã, vou continuar o mesmo. Vou continuar casado e a ter duas filhas, não vai mudar nada», disse.

O seleccionador assume que correu riscos ao aceitar o lugar, mas depois de todo o percurso sente-se satisfeito com o trabalho realizado: «Houve o iniciar de funções com o trajecto já a decorrer e num contexto de extrema dificuldade, pela posição que a equipa ocupava e tudo o que se dizia. Quem correu mais riscos fomos nós, equipa técnica. Vim com um objectivo, tentar colocar Portugal no Euro-2012, e estamos nessa luta, que acabará amanhã. Poderei ser uma pessoa mais ou menos feliz no final, mas serei a pessoa com a consciência mais tranquila do mundo.»

Estar no Euro é o cenário que Paulo Bento "visualiza", mas, caso isso não aconteça, mantém a ideia com que chegou: «Se chegarmos ao Euro, a responsabilidade será dos jogadores. Se perdermos, a responsabilidade será minha. A partir do momento em que o barco muda de comandante, muda de responsabilidade. Depois as análises podem ser feitas baseadas em factos ou em motivos pessoais. Qualquer que seja o resultado não deixarei de fazer a análise que tenho de fazer. O orgulho de estar à frente da selecção ninguém vai tirar-me.»

O treinador garante que parte para o jogo, que poderá ditar a presença no Euro, sem quaisquer arrependimentos. Segundo próprio, vive este momento com bastante «tranquilidade»: «Zero. Serei amanhã a pessoa mais tranquila do mundo. O mundo não acaba amanhã. É um jogo, um objectivo, não mais do que isso.»

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