P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.   

Makarov é um apelido relativamente vulgar na Rússia, mas se o primeiro nome for Sergei (ou Sergey) remete-nos logo para grandes feitos desportivos. Sobretudo por causa de Sergei Mikhailovich Makarov, o antigo jogador de hóquei no gelo que ganhou duas medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Olímpicos (de Inverno), em representação da União Soviética. Mas também por causa de Sergey Aleksandrovich Makarov, que deu duas medalhas olímpicas de bronze à Rússia no lançamento do dardo, mais recentemente.
 
Sergei Vasilevich Makarov tem apenas 19 anos, mas já começa a honrar o nome no mundo do futebol. Em 2013 marcou a grande penalidade que deu o título europeu de sub-17 à Rússia, e no passado mês de julho conquistou a medalha de prata no Europeu de sub-19.
 
Jogador do Lokomotiv de Moscovo desde 2009, Makarov deixou então a aldeia natal de Nekrasovka (Khabarovsk), no extremo oriente da Rússia, a escassos quilómetros da fronteira com a China. Curiosamente o pai também jogou pelo Lokomotiv, mas num emblema local e não o da capital.
 
Ainda assim Sergei era adepto do CSKA em pequeno. Tinha seis anos quando festejou a conquista da Taça UEFA frente ao Sporting, em Alvalade. O seu ídolo era o brasileiro Daniel Carvalho. Agora diz que não se vê a jogar noutro clube russo que não o Lokomotiv.
 
Makarov pode jogar como médio defensivo ou lateral direito. Em ambas as posições destaca-se pela combatividade e rigor tático, mas também por uma qualidade técnica bem razoável. Mas se na zona intermédia está um pouco mais «amarrado» em termos posicionais, focado no equilíbrio, na ala procura muitas vezes criar o desequilíbrio. Dá ares de «Maxi Pereira russo», e não só pela estatura (1,73m), mas principalmente pela entrega que coloca em cada lance e pela forma convicta e contagiante com que aparece no ataque.  
 
Internacional sub-21 russo desde o passado mês de setembro, Makarov luta agora pela estreia na equipa principal do Lokomotiv. As presenças regulares no banco de suplentes, nos últimos tempos, deixam entender que esse momento pode estar para breve, e representará mais um passo firme na evolução desta promessa russa. Quiçá apontada ao Mundial de 2018.

[créditos da foto: rfs.ru]