O sorteio do play-off das seleções europeias para o Mundial de 2014 ditou dois jogos bem mais interessantes que os restantes dois. Para além do Portugal-Suécia, há um França-Ucrânia, que também vai agitar as expetativas para o campeonato do mundo.

Com Brasil, Itália, Alemanha, Argentina e Inglaterra já apurados e o Uruguai muito perto disso depois de ter goleado a Jordânia por 5 a 0, os bleus podem ser os únicos campeões do mundo a não marcarem presença no Brasil. A estatística até pode estar do lado deles, dado que desde que existem play-off na Europa a Ucrânia foi sempre eliminada nesta fase. Por outro lado, A França não perdeu nenhum dos sete jogos que disputou com a Ucrânia (quatro vitórias e três empates), inclusive no Euro 2012, quando se impôs por 2-0 em Donetsk.

Para a primeira mão, que se realiza no Estádio Olímpico de Kiev, Deschamps tem algumas dúvidas, nomeadamente no ataque, dado que terá de escolher entre a melhor forma de Giroud e a habitual influência de Benzema. O 4x2x3x1 será, de qualquer forma, o esquema tático a utilizar.

A boa fase dos avançados ucranianos parece estar a preocupar os franceses, que apontam Andriy Yarmolenko e Yevhen Konopolyanka como os jogadores que podem causar maiores problemas. Yarmolenko marcou oito golos pelo Dinamo de Kiev esta temporada e fez 13 nas 36 partidas que disputou pela Ucrânia. Já Konopolyanka marcou nos últimos quatro jogos do Dnipro.

«Yarmolenko gosta de ter a bola nos pés. É canhoto, mas gosta de cortar pela direita, para além de ser muito bom a driblar e cruzar», avaliou Deschamps, não sabendo se o ponta de lança vai ser Roman Zozulya ou Marko Devic.

Ribery, por seu lado, confessou que será uma catástrofe se a França não estiver no Mundial. Em entrevista ao FIFA.com, o avançado de 30 anos diz-se confiante. «A Ucrânia tem uma boa equipa, mas a França precisa estar presente no Mundial do Brasil. Temos também uma boa equipa e teremos de fazer duas boas exibições. Não vai ser fácil, mas podemos vencer. Seria uma catástrofe para os franceses se estivermos ausentes. É difícil pensar nisso, não devemos ceder à pressão, temos de jogar sem medo».

Do outro lado, os ucranianos querem ultrapassar o trauma dos play-off, depois de terem sido eliminados nesta fase antes dos Mundiais de 1998, 2002 e 2010. Aliás, só por uma vez estiveram presentes na fase final, em 2006, na Alemanha. O selecionador Mikhail Fomenko já tentou tirar alguma pressão, dizendo que na atual equipa há poucos resistentes desse tempo, mas deverá optar pela experiência, pelo que Anatoli Tymoschuk (habitual suplente no Zenit São Petesburgo) pode mesmo ganhar um lugar no onze.

Apesar dos obstáculos, os ucranianos estão confiantes. «Acredito sinceramente na nossa equipa, mas sou realista e considero a França como favorita», admite Devic, que joga pela Ucrânia desde 2008, ano em que se naturalizou. «Sabemos que vamos defrontar uma das melhores seleções do mundo», frisou.

Confira as equipas prováveis:

UCRÂNIA -  Pyatov; Mandzyuk, Kucher, Rakitskiy e Shevchuk; Tymoschuk e Yarmolenko; Gusev e Konoplyanka e Rotan; Devic.

FRANÇA -  Lloris; Debuchy, Koscielny, Abidal e Evra; Matuidi, Pogba, Nasri (Cabaye) e Ribéry; Rémy e Benzema (Giroud).

Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia), auxiliado por Bahattin Duran e Tarik Ongun