A Liga leva quatro mudanças de treinador. Duas delas sucederam em Olhão.

Trocar de treinador muitas vezes é sinal de erro, como de resto, honra lhe seja feita, reconhece um dos responsáveis italianos pela SAD do Olhanense.

Mudar de treinador assim é muito futebol português dos anos 90. Depois disso, uns após outros, a maior parte dos dirigentes, treinadores, jogadores e adeptos perceberam que trocar não é necessariamente bom. O que é bom é pensar bem antes de contratar e depois fazer tudo para que funcione. E tudo significa, entre muitas outras coisas, dar tempo.

O Olhanense é, obviamente, um mau exemplo.

Um mau exemplo com meses.

Começou por ser mau porque não pagava aos jogadores.

Continuou mau porque jogava pouco.

Piorou ao entrar numa espiral de troca de treinadores que só criará instabilidade, aumentará o distanciamento dos adeptos (algumas das piores assistências da época registaram-se no Estádio Algarve) e tornará o futebol da equipa ainda menos atraente. No entanto, f ace à qualidade das últimas quatro equipas da Liga (sobretudo essas) é perfeitamente possível que os algarvios consigam permanecer mais uma época. Como era no tempo em que Abel Xavier lá estava.

De tudo o que se passa no Olhanense, o que me incomoda é que seja possível chegar a um clube da primeira divisão portuguesa e tomar conta da SAD. Por cá ficar, sem que se perceba a lógica do investimento, o interesse da presença, os objetivos traçados.

Caro leitor, imaginando que tinha de lado uns milhares de euros, a sua ideia de investimento era colocá-los num clube de fundo da tabela em Portugal? Se responder sim, por favor explique-me porquê.