Foram precisos dezassete jogos para a Académica vencer o Olhanense em jogos para o campeonato e realizados em Olhão. E foi um triunfo sem espinhas, com golos de Adrien, num jogo (quase) sempre controlado. Com este resultado, os estudantes ultrapassaram os algarvios na classificação, aproximando-se de Marítimo e Braga.

Condicionado defensivamente, com apenas quatro jogadores do sector disponíveis, o treinador Daúto Faquirá esquematizou o Olhanense no habitual 4x2x3x1, com Figueroa no lugar de João Gonçalves, e Yontcha no de Dady, no ataque.

Pedro Emanuel manteve-se fiel ao 4x3x3 que a Académica vem utilizando, apostando nas entradas iniciais de Hugo Morais e Diogo Valente.

Sem novidades tacticamente, também não foi nada de novo as dificuldades que os algarvios têm em assumir o jogo. Isso foi verificável em grande parte da primeira parte, não existindo progressão, frente a um adversário com a lição bem aprendida.

Os estudantes, com as linhas muito próximas, esperavam pela exposição espacial dos algarvios quando tinham que assumir saídas ofensivas, que, invariavelmente, acabavam sempre em perdas de bola. E, com extremos rápidos, facilmente carrilavam e aproximavam-se da baliza de Fabiano Freitas.

Éder (17 minutos) falhou a primeira oportunidade de golo do jogo, após saída em falso de Fabiano. Que teria papel activo no ataque...da sua equipa, pois foi na sequência de um reposição de bola do guarda-redes para Yontcha, que o Olhanense chegou pela primeira vez à baliza de Peiser. Já com mais de metade do tempo da primeira parte esgotado, o que é bem revelador das dificuldades dos algarvios em definirem o seu jogo no último terço do terreno de jogo.

Esse lance serviu de mote para o Olhanense se virar para a outra baliza, equilibrando a partida. Figueroa (26) colocou Peiser à prova, para 3 minutos depois ser decisivo num livre de Salvador Agra, com André Pinto, na sequência, a errar o alvo.

Aos 37 minutos, e no seu melhor período, Salvador Agra isola Yontcha, com Peiser a salvar.

Só que no minuto seguinte, Figueroa foi infeliz ao perder o controlo da bola dentro da área, deixando-a fugir para Éder, acabando por derrubar o avançado da Académica. Adrien aproveitou a grande penalidade para colocar os estudantes em vantagem.

Perto do intervalo as aspirações do Olhanense ficaram mais limitadas com a expulsão de Mexer, que viu o segundo cartão amarelo depois de uma entrada dura sobre Éder. Uma desconcentração depois de ter visto o primeiro amarelo num derrube com o braço a Marinho, 10 minutos antes.

Daúto Faquirá apostou na criatividade de Rui Duarte para a segunda parte, retirando Yontcha, e abrindo o ataque à velocidade de Salvador Agra e Wilson Eduardo. E mais tarde apostaria tudo com as entradas de Djalmir e Toy. Mas sem resultados práticos, pois a Académica foi sempre a equipa mais perigosa, desperdiçando oportunidades suficientes para dar outro colorido ao marcador, impedido pela sagacidade e qualidade de Fabiano Freitas.

O resultado final seria selado num grande pontapé de Adrien, que fez um dos melhores golos do campeonato e deu um colorido especial ao primeiro triunfo de sempre da Académica em Olhão.