Estão desfeitas as dúvidas: Vitor Baía anunciou esta quarta-feira o final da carreira de jogador. Um adeus duro de mais, comunicado numa voz embargada em comoção, lado a lado com o presidente de todos os momentos, Jorge Nuno Pinto da Costa. Confirmou-se desta forma, as indicações das últimas três semanas, que apontavam para a despedida dos relvados e o abraçar de um trabalho «de gabinete».

Aquele que era o jogador mundial com mais títulos no activo arruma as luvas e vai assumir o cargo de director das relações externas da SAD do F.C. Porto. Uma posição que será, de resto, dividida em duas vertentes: internacional, em que será responsável por todos os contactos efectuados pelo clube com todas as diferentes instituições e organismos; e a nacional, onde estará incumbido de gerir os planos de reorganização da marca «F.C. Porto».

Na sua curta declaração, Vitor Baía fez questão de enviar um «forte agradecimento» a todos os que com ele trabalharam e conviveram ao longo de todo o seu caminho no futebol. O ex-internacional português não se esqueceu, aliás, da sua passagem por Barcelona.

Em nota de rodapé, o guardião, que reconheceu ser este «um momento difícil», mostrou-se entusiasmado pelo «início de um novo ciclo», que espera ser «tão brilhante como o que agora se fecha».

Despedida marcada para o Dragão num jogo da pré-temporada

«Esta não é uma despedida, mas sim uma comunicação. A despedida vai acontecer num jogo da pré-temporada, em pleno Estádio do Dragão». Foi desta forma que Jorge Nuno Pinto da Costa iniciou a sua declaração neste momento «também difícil» para si. Depois, o relato do momento em que viu pela primeira vez o guarda-redes.

«Conheci o Vitor Baía no Campo da Constituição, num jogo de juvenis. O F.C. Porto defrontava o Marítimo e apercebi-me logo da qualidade dele. Quando perguntei quem ele era, disseram-se que era o habitual suplente. Que o bom estava no banco. Pois bem, disse logo para assinarem contrato de profissional com o habitual suplente e que só depois se veria o que fazer com o bom».

Pinto da Costa sublinhou também a «afectividade e gratidão» que sente pelo guardião e fez questão de confidenciar que guarda «com orgulho» duas camisolas de Vitor Baía. «A que utilizou em Guimarães na estreia pelos seniores do F.C. Porto e a que utilizou em Gelsenkirchen, na final da Liga dos campeões», concluiu.

De referir, finalmente, que durante este anúncio não foi possível aos jornalistas efectuar qualquer pergunta, quer ao ex-guarda-redes, quer ao presidente do F.C. Porto.