Com sorriso satisfeito e a voz rouca, Oceano comentou assim o seu primeiro jogo como treinador, no comando dos sub-21 de Portugal, que venceram a Irlanda do Norte, por 2-1:
«A sensação foi sempre boa. Comecei muito tranquilo, a chamar calmamente os jogadores, mas depois percebi que ninguém me ouvia. A minha voz não estava habituada a isto e vai ressentir-se, amanhã e depois.»
[ O técnico não quis apontar aspectos negativos, apesar de ter redobrado os reparos para os seus jogadores nos minutos finais:] «Sinceramente, não houve nada de que tivesse gostado menos. Gostei da atitude dos jogadores e da sua entrega. Apesar de alguma sofreguidão, e de certas precipitações, quando a equipa conseguiu assentar jogo pôde construir uma vitória amplamente merecida, mostrando a diferença de qualidade em relação ao adversário. É normal, quando se está em vantagem e a pouco tempo do fim, a equipa esmorecer um pouco. No subconsciente, há aquela ideia de que se eu não chegar à bola o meu companheiro chega. Percebo que isso aconteça, mas também é o meu papel tentar evitá-lo»
[ Questionado acerca da Irlanda do Norte, se foi um adversário demasiado fácil]
«Tem um futebol muito competitivo e musculado e já com alguns princípios de jogo interessantes. Gostei da forma como nos pressionaram, mas o valor do adversário mede-se por aquilo que o deixamos fazer. Por vezes pareceu uma equipa difícil, por outras, quando circulávamos a bola, parecia fácil»
[ Sobre a base de jogadores para futuras convocatórias:] «A base de observação actual é grande, e seguramente mais nomes serão chamados. Temos um grupo de jogadores bastante homogéneo, não há grandes disparidades na sua qualidade. Esta convocatória reflecte o que também foi feito de bom nas selecções, nos últimos anos. Estes são jogadores que não enganam ninguém, e já com cinco ou seis anos de cultura de selecção. Eu acredito nos filtros de qualidade que vão sendo feitos no percurso de formação. Até podem aparecer nomes novos, mas para entrar neste grupo vão ter de mostrar muitas qualidades.»