Campeão dentro de campo, o avançado do F.C. Porto tem um passado de sucesso também fora das quatro linhas. Tratado como uma super estrela na África do Sul, goza de um prestígio enorme desde os tempos em que vestia a camisola do Ajax, onde chegou a ser colega do português Dani. No verão de 1998, Benni surpreendeu e saltou para o topo da lista dos singles mais vendidos. Pois é, McCarthy também sabe cantar.
A história reporta-nos ao período que antecedeu o campeonato do mundo de futebol, que se realizou em França. Fã de hip-hop, rap e R&B, Benni aceitou o repto lançado pelo grupo TKZee e gravou um single, onde constavam quatro temas: Shibobo, Guz, Serenade e Guz Luv. Só a primeira faixa teve impacto real, liderando rapidamente todos os tops de vendas. Com o aproximar do Mundial, os sul-africanos deixaram-se levar pelos ritmos agradáveis da música e tornaram Shibobo dupla platina (ultrapassou as 180 mil cópias) e o segundo single mais vendido de sempre na África do Sul, ficando apenas atrás de «Candle in the wind», de Elton John, lançado pouco depois do falecimento de Lady Di.
A música foi gravada em Amesterdão e remisturada em Joanesburgo, enquanto o single foi lançado a 8 de Junho de 1998, cindo dias antes do primeiro jogo da selecção da África do Sul no campeonato, precisamente contra a França. Benni até chegou a marcar um golo nesse Mundial, mas frente à Dinamarca, naquele que acabou por ser o melhor momento dos Bafana-Bafana. Curioso é o facto do agora portista ter enviado a bola por baixo das pernas de Peter Schmeichel, exponenciando ao máximo o significado da palavra «shibobo», que traduzido significa «túnel», na gíria futebolística portuguesa. A equipa não chegou longe, mas aquele gesto serviu para vender mais uns milhares de exemplares.
Apesar de ter tido muito sucesso, McCarthy nunca chegou a seguir carreira musical, avisando desde cedo que não era essa a sua intenção. Ainda assim, sensivelmente meio ano depois, nos primeiros dias de 1999, editou um novo single, mas integrado num grupo composto pelos seus colegas no Ajax, Mario Melchiot e Dean Gor. BMD - aproveitando a primeira letra de Benni, Mario e Dean ¿ lançaram o «Midas Touch» (Toque de Midas), chegaram a dar alguns concertos, mas as vendas não corresponderam ao que era esperado e a experiência não mais se repetiu.
O máximo que Benni faz nestes dias é reproduzir uma versão da música cantada pelos Superdragões: «Ei, Benni McCarthy, uh, ah, faz um golo, lá, lá, lá». No balneário, durante o período em que o avançado não marcava golos, os colegas cantavam algo diferente: «Ei, Benni McCarthy, uh, ah, não marca a ninguém, lá, lá, lá».