1. Castigo. Em Itália, mudaria o calcio, essa coisa bizarra que inventaram para criar bocejos em série nos espectadores, em Portugal castigaria os menos audazes, essas equipas pequenas que pensam em pequeno. Por que não? Na NBA joga-se tantas vezes por semana e, se não houver vencedor, repetem-se prolongamentos. Para o mau futebol, seria um castigo, uma penalização. Repetir períodos complementares (já lá iremos aos penalties) acabaria com os empates no fim dos 90 minutos? Talvez não, mas faria com que treinadores e jogadores, com hora marcada para sair com amigos, simplesmente jantar ou regressar a uma casa a quilómetros de distância, pensassem duas vezes. Talvez três.
2. Solução. Pode ser... Desde que fique previsto que possam perder os dois clubes. Às vezes, ninguém merece mais que o zero e vencer só porque tem de ser é um mau princípio para um jogo que move tantas paixões. Como um adepto explicaria a outro de outras cores? «Jogámos mal nos 90 minutos, mas fomos perfeitos nos penalties», ou «Aquele 10 é um artista, foi o melhor em campo. Ai, aquele penalty!»? Ridículo, não? A FIFA devia estabelecer critérios: menos de dez remates à baliza dava zero, daí para cima já se tinha visto alguma coisa e podiam fazer shoot-out, penalties ou jogar prolongamentos atrás de prolongamentos. O que fosse!

3. Piedade. E se não houvesse jogo, mas apenas penalties? Há jogos tão maus, tão maus que o melhor mesmo é que nunca tivessem existido. Aí sim premiava-se a sorte, mas poupava-se o adepto ao desespero e à angústia. Valeria certamente a pena. Claro que poucos pagariam para ver só o «tiro ao boneco», mas, depois de dois ou três jogos maus, podiam aumentar o castigo com grandes penalidades à porta fechada. Até que alguma coisa havia de melhorar. Ou não. Como se prevêem os jogos maus? Não é preciso ser bruxo!