Nélson ganhou um novo fôlego no Osasuna de Camacho. Depois de um ano para esquecer, na II Liga espanhola, com o Bétis, o lateral está de volta aos grandes palcos e determinado em continuar a crescer. A vida não está fácil, mas a recente vitória sobre o Real Madrid e um duelo aceso com Di María trouxeram-lhe um novo ânimo para continuar a crescer.

Num percurso ascendente, a temporada na II Liga foi o maior revés na sua carreira?

- O ano passado foi o mais complicado, não conseguimos o objectivo de subir à I Liga, mas não posso dizer que tenha sido tudo mau. Não vejo pelo lado negativo. Quando cheguei as coisas até correram bem. Adaptei-me bem, conquistei o meu espaço na equipa e foi também o ano em que voltei à selecção. Foi frustrante e negativo porque falhámos o objectivo da subida, mas não estou nada arrependido. Foi uma oportunidade que me abriu muitas portas e, agora, quero dar continuidade a esse percurso.

Agora está de volta à I Liga e é titular no Osasuna. A confiança de Camacho tem sido importante?

- No princípio não jogava, mas aos poucos fui conseguindo entrar em alguns jogos, estava ainda em fase de adaptação e o mister Camacho preferia apostar num jogador que já lá estava. Mas consegui assimilar o que o treinador pretendia, ganhei o meu espaço na equipa e hoje estou feliz. Estou cem por cento integrado.

É uma oportunidade que pretende agarrar com as duas mãos?

- Luto todos os dias, tento fazer as coisas da melhor forma. Tento trabalhar forte, com a equipa ou sozinho, sei que este ano vai ser importante para mim e estou a dar o meu máximo.

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Vive agora o melhor período depois da vitória sobre o Real Madrid?

- Foi uma vitória importante para o clube e para a cidade, toda a gente falou de nós. Os adeptos não estavam muito contentes com o trajecto da equipa, mas depois dessa vitória ficaram um pouco mais contentes. A vitória mudou muita coisa, foi bom para nós, agora podemos trabalhar com mais tranquilidade.

Nessa partida jogou no lado esquerdo. É normal?

- Aqui no Osasuna tenho jogado bastante na esquerda, uma semana na direita, outra na esquerda. Quando o mister Camacho precisa de mim à esquerda, procuro corresponder, sinto-me à vontade nos dois flancos, sou ambidestro e as funções que tenho de cumprir são praticamente as mesmas. Em todos os clubes por onde passei joguei dos dois lados, o mister Camacho já me conhecia e sabe que posso render, por isso quando a equipa precisa sabe que pode contar comigo. Mas sou lateral direito de raiz e é aí que estou mais à vontade.

Mas nesse jogo teve Di María pela frente. Foi mais complicado?

- Para dizer a verdade, aqui em Espanha todos os avançados são de altíssima qualidade, não é preciso defrontar o Real Madrid para sentir mais dificuldades. Mas o Di María é um jogador especial. Para já vem do Benfica como eu, além disso é um grande jogador e não é fácil travá-lo.

Camacho já tinha batido Mourinho numa final da Taça de Portugal. Tem algum segredo?

-Não, não há segredos. O Camacho estuda muito bem os adversários e prepara muito bem os jogos. Disse-nos o que pretendia e a equipa correspondeu, não falhámos nada, estivemos concentrados o jogo todo.

Como é que vê a luta no topo da classificação. A vida não está fácil para José Mourinho, pois não?

- Quem trabalha no Real Madrid tem de ganhar títulos, é sempre difícil, mas o José Mourinho está a fazer um grande trabalho no Real Madrid, é muito respeitado aqui em Espanha. O problema é que o Barcelona está imbatível. O Real Madrid está a fazer um campeonato excelente, mas o Barça está ainda melhor. Não vai ser fácil, mas ainda falta muito campeonato e se o Real Madrid conseguir manter a pressão e o Barça hesitar pode ficar tudo em aberto.