Vingança bracarense consumada na Figueira da Foz. A Naval foi a única equipa capaz de roubar pontos aos comandados de Domingos Paciência em casa na primeira volta, neste domingo, no campo do adversário, as contas foram acertadas e numa altura crucial: na última oportunidade para adiar o título do Benfica, os guerreiros do Minho não vacilaram e deixaram tudo em aberto para a próxima semana, em ronda de clássico no Dragão.

Agora, os arsenalistas nada poderão fazer caso os encarnados não percam com o arquirival nortenho. Com mais estes três pontos, os arsenalistas mantiveram ainda os cinco pontos de vantagem sobre o F.C. Porto, segurando a qualificação para a Liga dos Campeões, e agora, tal como os encarnados, só precisam de um empate para conseguir esse feito inédito.

Neste sábado, após a goleada sobre o Olhanense, Jorge Jesus previra que o Sp. Braga viria ganhar à Figueira da Foz. Acertou em cheio. Conhecedor da fibra dos guerreiros minhotos, não se enganou quanto ao resultado, justo, em abono da verdade, e alicerçado numa tremenda eficácia em lances de bola parada, dos quais resultaram três golos. Mas os bracarenses fizeram muito mais do que isso. Secaram a posse de bola ao adversário, pressionaram-no com sofreguidão e foram deixando avisos, que Peiser conseguiu resolver até ao remate fatal de Luis Aguiar, que fez explodir de alegria as bancadas repletas (mais de sete mil) de adeptos forasteiros.

A partir daqui, a Naval, que ainda tinha provocado alguns desequilíbrios graças à capacidade de penetração de Fábio Júnior, praticamente desapareceu do jogo. O golo quebrou o ânimo aos figueirenses na exacta medida em que fez disparar o dos arsenalistas. Mais um lance de bola parada, neste caso um canto, e Alan praticamente «matou» o jogo, ainda faltavam cinco minutos para o intervalo.

Gerir e voltar a marcar de bola parada

Enquanto Augusto Inácio lançava Hauw e Bolívia na tentativa de melhorar a saída para o ataque, Domingos Paciência voltava a beneficiar do avanço atempado no marcador para gerir um pouco a equipa, trocando Rentería por Meyong, sem baixar, por conseguinte, a guarda.

O golpe de asa dos locais nunca surgiu (faltavam soluções para entrar numa defesa irrepreensível) e, novamente de canto, os minhotos ampliaram o marcador, numa cabeçada de Paulão, que se estreou a marcar esta época, justamente numa baliza em que se habituara a fazer golos nas últimas épocas.

E para o fim ficou guardado o melhor: um chapéu de Luis Aguiar, a confirmar a goleada, para fechar a contagem por intermédio daquele que a abriu e foi, claramente, o homem do jogo. Seguiu-se a festa da Figueira até Braga. O título pode esperar.