Início de sonho, com um final inglório. A passagem de Rubens Júnior pelo F.C. Porto não deixou grandes marcas, mas a estreia foi auspiciosa. O Maisfutebol enquadra o momento.

Na primeira jornada da Liga 1999/00, Fernando Santos surpreende e coloca Rubens Júnior como extremo-esquerdo no derby com o Boavista. Numa altura em que aquilo que se pedia aos alas dos dragões eram cruzamentos para Jardel, o brasileiro começa em grande. Aos 2 minutos do primeiro jogo com a camisola azul e branca, soma a primeira assistência para golo.

«Puxa...Bem lembrado! Foi uma estreia de sonho, mesmo. Tantas recordações...Ainda para mais era um jogo importante na altura, um derby de cidade. Depois daquele jogo só pensava: vou brilhar!», confessa.

Acabou por não ser bem assim. Após um início em que foi, quase sempre, opção, lesiona-se e começa a perder preponderância na equipa. A carreira no Porto seria sempre assim: cheia de altos e baixos. «Se não fossem as lesões, muita coisa seria diferente. Mas o F.C. Porto foi uma fase muito boa. Tenho muitas saudades não só do Porto mas também de Portugal. Os amigos diziam-me que ia sentir falta e eu duvidava, mas agora sei como é. O tempo que estive aí foi uma adrenalina muito grande», explica.

«Falhanço no F.C. Porto? Responsabilidade foi minha»

Na temporada seguinte volta a começar bem, mas acaba emprestado ao Atlético Paranaense. Desabafa, à saída, que tinha sido «injustiçado» e um «bode expiatório». Voltaria para a equipa de Octávio Machado e segue a mesma linha: bom começo, final inglório.

«Eu hoje sei ver que, se tem de haver algum culpado, em grande parte sou eu. Tinha de ter mais cuidado com algumas coisas. A responsabilidade maior foi minha. Por isso ainda hoje adoro o clube», garante.

Na mesma época conhece José Mourinho. E mantém a regra de elogios ao actual técnico do Real Madrid: «Treinei quatro ou cinco meses com ele, mas deu para perceber que era diferente de todos os outros. Nunca tinha visto nada assim.»

O convívio com Mourinho acontece numa altura em que Rubens Júnior estava a tentar sair do F.C. Porto para poder jogar com mais regularidade. Um erro irreparável, reconhece hoje.

«Não fui inteligente a ponto de perceber que o Mourinho gostava de mim. Um dia ele chamou-me ao gabinete e pediu-me para ficar, disse-me que ia ser importante na equipa na próxima época. Disse-lhe que não, que queria jogar já, mas ele dizia que naquela altura era difícil, que havia coisas que queria trabalhar comigo e a cobrança dos adeptos não permitia experiências, porque a equipa tinha de recuperar na classificação. Não tive paciência e saí. Não percebi o tamanho daquilo que estava para vir», conta.

Perdeu, assim, a melhor fase dos dragões no século XXI. Contratualmente ligado ao F.C. Porto, viu de fora as vitórias europeias de 2003 e 2004.

«Estava no V. Guimarães e acompanhei aquelas conquistas todas. A equipa era muito boa. Continuava com esperança de lá voltar. Nunca aconteceu. Foi pena.»

Deixou a bola e é o DJ R Júnior

«Jesus dizia-me que eu era um jogador à Porto»