Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), analisou a prestação da comitiva olímpica portuguesa, lembrando que, apesar de só ter ganho uma medalha, o nosso país está, ainda assim, à frente de outros que levaram para Atenas mais atletas.
O dirigente do COP explicou que a representação portuguesa é composta por dois grupos distintos e que cada um deles tem objectivos próprios: «Temos dois grupos de atletas. Um grupo de veteranos, alguns já no ocaso da sua carreira, que estão aqui por direito próprio em que podem voltar a ter a glória mas que podem também ter a demonstração cabal de que foram ultrapassados pelo tempo. Teríamos que os trazer, porque têm prestigio, qualidade e vontade de participar nos Jogos, mas os resultados são completamente imprevisíveis. Isso aconteceu, por exemplo com o Nuno Delgado».
«Temos outro grupo, muito jovem. Alguns já participaram na natação, no judo com dois sétimos lugares. São novos valores que se estão a preparar para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008», prosseguiu.
No entanto, lamentou a existência de um terceiro grupo de atletas entre estas duas gerações. Uma lacuna que, no seu entender, tem a ver com a inexistência de um sistema desportivo em Portugal que proporcione que atrás de um grande atleta, haja logo outro a curta distância a nível da qualidade».
Ainda assim, e apesar de Portugal só ter conquistado até ao momento uma medalha em Atenas, Vicente Moura não está descontente com a prestação portuguesa: «Imprimi o ranking de medalhas e verifico que Portugal está no 31º lugar entre 202 países e que atrás de nós,no 36º lugar está o Brasil com trezentos e cinquenta atletas. Ainda mais atrás está o Canadá, que traz mais de quatrocentos atletas e que é uma grande potência. A Espanha está igual a nós e também tem quase quatrocentos atletas. Isso significa que não estamos assim tão mal, muito graças à excelente prova do Sérgio Paulinho».