Rafa Marquez, Andrés Guardado e Chicharito Hernandez, jogadores emblemáticos neste México, fizeram os golos da qualificação azteca e fizeram desabar o peso do mundo sobre a Croácia. É a melhor versão de um Mundial fantástico, cheio de grandes equipas e espetáculos.

Por trás de tudo isto, o homem do plano, o cérebro do voo azteca: Héctor Herrera. Enorme jogo, mais um, do médio do FC Porto.

Qualquer semelhança entre este médio extraordinário - afinadíssimo no passe, mortal no remate e exemplar na concentração – e o que sofreu de grandes distúrbios competitivos nos dragões é mesmo pura coincidência.

A bomba ao ferro croata, ainda no primeiro tempo, um pormenor sublime sobre Pranjic, sobre a direita, e o canto marcado para a cabeça de Rafa Marquez no 0-1 são alguns dos exemplares mais nobres e admiráveis deste médio cujo valor de mercado está a disparar.

FICHA DE JOGO E A PARTIDA AO MINUTO

Jogadores da classe de Rakitic, Modric e Mandzukic, além de um surpreendente Perisic, mereciam mais deste Mundial, naturalmente, mas a Croácia voltou a enfermar de problemas antigos: bom futebol, apoiado e atraente, e uma incompreensível atração pela fragilidade defensiva.

O arquétipo do futebol croata desabou nos últimos 20 minutos. Primeiro no tal canto assinado por Herrera (que exibição (!), já tínhamos escrito?), e quase de seguida, numa emenda de Guardado dentro da área e num desvio de cabeça de Javier Chicharito Hernandez.

Ao México bastava o empate, mas esse clamor final veio confirmar as indicações já deixadas nos primeiros jogos, especialmente no empate a zero contra o Brasil. Mais competitivo, mais adulto, o conjunto mexicano justifica plenamente o duelo contra a Holanda nos oitavos-de-final.

O que cresceu este México! Importa lembrar que só está neste Mundial depois de ultrapassar a Nova Zelândia num play-off e que, ainda no passado dia 7 de junho, perdeu contra Portugal.

RESULTADOS E CLASSIFICAÇÕES

Rafa Marquez merece um espacinho de relevo nesta crónica. O experiente capitão, antigo jogador do Barcelona, marcou pelo terceiro Campeonato do Mundo consecutivo. Um dado soberbo para um homem habilitado a pisar essencialmente terrenos recuados.

Repetir 1970 e 1986 é agora o mandamento da seleção treinada por Miguel Herrera. Nesses dois torneios o México jogou em casa e atingiu os quartos-de-final. Manuel Negrete, Hugo Sanchez, Cuauhtémoc Blanco e Jared Borgetti já não andam por aqui, mas com este Herrera o céu brasileiro é mesmo o limite do império da La Verde.