Os cinco grandes campeonatos europeus têm 429 jogadores selecionáveis para o Mundial 2014, mais de metade do total de futebolistas que estarão no Brasil, de acordo com um estudo do Observatório do Futebol/CIES, que contabilizou os jogadores a atuar nas cinco principais Ligas que disputaram jogos de qualificação pelas suas seleções. A análise confirma o peso das «Big 5» no futebol mundial: todas as 32 seleções que jogarão o Campeonato do Mundo têm jogadores num destes campeonatos: Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália ou França.

A Premier League é definitivamente o primeiro campeonato a seguir para tomar o pulso aos jogadores que estarão no Mundial: jogam em Inglaterra nada menos que 129 dos selecionáveis. O segundo campeonato na lista é a Serie A, à frente da Liga espanhola. São 102 ao todo, numa lista que inclui 35 italianos e tem um forte contingente argentino, nada menos que 12 jogadores. Segue-se a Bundesliga, com 80 internacionais, incluindo 18 alemães, a Espanha (60, 18 espanhóis), e por fim a França, com 50. Se tivermos em conta que o total de futebolistas no Mundial será 736, 23 para cada uma das 32 seleções, estamos a falar de bem mais de metade em apenas cinco campeonatos. Mesmo admitindo, naturalmente, que nem todos os jogadores desta lista vão ao Mundial, o peso das «Big 5» será enorme. 

Portugal a meio da tabela

Portugal é um país exportador, mas não está no topo das seleções com mais jogadores selecionáveis a atuar nos grandes campeonatos. Ao todo são 12 os futebolistas portugueses nessas condições contabilizados neste estudo: seis em Espanha, três em França e um em cada um dos outros campeonatos.

Para Portugal, os números podem vir a não diferir muito dos grandes campeonatos recentes. No Euro 2012, a seleção nacional tinha nove jogadores a atuar nas cinco grandes Ligas entre os 23 convocados. Para o Mundial 2010 foram 12, em 2008 eram 11 os jogadores dos principais campeonatos nos 23 de Scolari. De 2000 para cá, o número só foi superior no Mundial 2006, quando o contingente de jogadores nas «Big 5» era de 14.

Num estudo que não inclui o Brasil, porque contabilizou apenas países que jogaram a qualificação, a Argentina é o mundialista com mais internacionais expatriados nas cinco grandes Ligas, um total de 26. Seguem-se na lista a Suíça, com 20 jogadores, os mesmos que a França. Bélgica, Holanda e Costa do Marfim, todas com 16, também têm forte contingente de jogadores a atuar nos grandes palcos europeus, tal como a Colômbia, com um total de 15.


Fonte: www.football-observatory.com

O caso francês é curioso. Apesar de constar entre as grandes Ligas, o campeonato gaulês tem bem menos capacidade de segurar os seus jogadores nacionais que os outros: só jogam na Ligue 1 onze internacionais franceses. Aliás, de todas as seleções que estarão no Mundial a França é quem tem um maior número de jogadores selecionáveis a atuar num único campeonato estrangeiro: 14, só na Premier League.

O campeonato inglês está no outro extremo e o seu poder começa a perceber-se neste dado: é o único que não tem qualquer internacional na atualidade a jogar fora. A Itália está perto, em 38 jogadores que atuaram na qualificação apenas três não estão na Serie A. Espanha e Alemanha têm menos jogadores nacionais em casa (18 cada uma), mas ainda assim bem acima da França.

Outros dados do Observatório do Futebol dão a medida do valor da Premier League, proporcional aliás ao investimento que faz: é de longe o campeonato que mais gasta na formação dos seus plantéis. Chelsea, Manchester City e Arsenal têm nos seus plantéis mais de 20 jogadores que são ou já foram internacionais, sendo que a percentagem de estrangeiros nesse total ronda os 80 por cento. Entre os clubes não britânicos, destaque para o Milan, que tem 23 internacionais no plantel, mas também para o At. Madrid e o Galatasaray, ambos com 20.