As duas mortes de trabalhadores no Arena Amazónia, em Manaus, a última das quais no sábado, as quais se juntam a mais três outras mortes de trabalhadores das obras em outros estádios, colocou a organização do Mundial 2014 outra vez sob polémica.

O sindicato dos jogadores acusa a FIFA e os responsáveis brasileiros de terem provocado as mortes, ao mandar acelerar o ritmo das obras para que os estádios estejam prontos dentro do prazo.

«Os sindicatos têm tido dificuldades de acesso às obras dos estádios para examinar, mas recebemos muitas denúncias sobre longas jornadas, falta de segurança e contratação de pessoal sem qualificação», referiu Francisco Chagas Costa, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário.

«A verdade é que os acidentes nos estádios são apenas reflexo dos problemas que os trabalhadores enfrentam na construção civil em geral, no Brasil inteiro.»

Perante as acusações, os responsáveis pela organização do Mundial 2014 defendem-se garantindo ser tudo mentira.

Ron Del Mont, diretor geral da FIFA no Brasil, desmentiu ter pedido para que se atenuasse as medidas de segurança nas obras dos estádios.

«As pressas são más não só para a segurança dos trabalhadores, mas também dos espetadores», começou por dizer em conferência de imprensa.

«As construtoras que estão a fazer os estádios são companhias globais, com muita experiência. Não relaciono os acidentes com a inexperiência ou com o incumprimento das regras de segurança.»