Apesar de o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 estar em “banho-maria”, devido à pandemia mundial da covid-19, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) prepara um eventual regresso da competição, assim que existam condições para tal, com novidades e proibições.

A mais importante até agora foi decidida esta terça-feira, na sequência da reunião do Conselho Mundial da FIA, que pura e simplesmente decidiu proibir toda e qualquer equipa de evoluir os seus carros durante esta temporada.

A medida, vista como extrema, visa acima de tudo proteger as pequenas equipas face ao forte impacto económico que a disciplina-rainha do desporto automóvel está a passar com o cancelamento, no passado dia 12 março, do arranque da época no Grande Prémio da Austrália, no circuito de Melbourne.

Esta é apenas mais uma das várias ações anunciadas pela FIA, de forma a mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus, depois de ter sido adiada a aplicação de novas regras técnicas, previstas para 2021, mas que, agora, só serão aplicadas em 2022.

O grande objetivo da FIA passa por evitar que aumentem ainda mais as diferenças entre as pequenas equipas, que têm menos meios, e as formações mais ricas do circo da Fórmula 1.

Outra das medidas anunciadas esta terça-feira pela FIA foi o reforço de poderes do presidente, o francês Jean Todt, que passa a poder decidir, autonomamente, quaisquer assuntos classificados com “carácter de urgência”, no que diz respeito à temporada de 2020, ainda que tenha de consultar alguns elementos quando tal for necessário.

Em relação ao calendário, ficou também decidido que poderá ser alterado sem necessidade de votação no Conselho Mundial, como era condição obrigatória até agora.

A regra de alteração de alguns artigos do regulamento desportivo passa a ser possível com apenas 60 por cento dos votos das equipas, pelo que deixa de ser indispensável uma unanimidade entre escuderias.

Também foi aprovada, como era esperado, a proibição da utilização de eixos duplos de direção em 2021, uma inovação tecnológica que a equipa Mercedes introduziu nos teste de pré-época deste ano.

Quanto ao início da temporada, as últimas previsões públicas por parte da FIA passavam pelo arranque no final de maio, mas sempre com a ressalva da incógnita motivada pela evolução da pandemia da covid-19.

A FIA já adiou as provas de Bahrein, Vietname, China, Holanda, Espanha e Azerbaijão, para além de dois cancelamentos: o Grande Prémio da Austrália, que devia marcar o arranque da época, e o mítico Grande Prémio do Mónaco, um dos pontos altos da temporada, que estava agendado para 24 de maio.