O treinador do Marítimo, José Gomes, em declarações aos jornalistas após a derrota por 2-1 na receção ao Sporting de Braga, no Estádio dos Barreiros:

«[Resultado justo?] Foi um jogo que de maneira nenhuma merecia esta distribuição dos pontos, por aquilo que fizemos e é muito difícil para mim estar a comentar tudo com a maior das tranquilidades, porque aconteceram coisas que inquietam.

[Como vê a grande penalidade assinalada contra o Marítimo?] Não posso fingir que não aconteceu nada. É muito difícil ser árbitro e como profissionais percebemos isso. Das duas uma, ou a regra de quando é mão está mal explicada ou não percebo quando não há intervenção do videoárbitro. Se é verdade uma das últimas alterações à lei da mão diz que se o jogador estiver com a mão apoiada não é mão, o meu jogador estava com a mão apoiada. Ele faz um carrinho, vai pelo chão e não há nenhum movimento para tirar vantagem disso. Ninguém faz um carrinho com a mão encostada ao peito, nem ao tronco. A mão estar apoiada é um movimento natural. Gostava de ser esclarecido em relação a isso. Não podemos estar a jogar um jogo sem saber as regras.

É muito difícil ser árbitro e, portanto, temos de os ajudar a serem melhores e conseguirem estar acima do nível do jogo às vezes, para conseguir elevar o nosso futebol.

Em relação ao jogo jogado, estivemos muito bem, fomos dominadores, pressionámos e obrigámos o Sp. Braga a jogar mal. Desde que cá cheguei, tivemos [hoje] os melhores momentos de futebol, com muita chegada à baliza e à área do adversário, temos de aproveitar melhor esse número de vezes que lá chegámos. Faltou maturidade para guardar o resultado até o intervalo, porque poucos minutos depois surgiu o golo da igualdade e as coisas ficam diferentes.

Como treinador e com honestidade, porque não sei estar de outra forma, acho que mexi mal na equipa, porque a ideia era acrescentar frescura, trazer dinâmica e não consegui. Os jogadores que entraram não conseguiram dar todos isso.

[E a expulsão de Edgar Costa?] O nosso capitão que há umas semanas foi aqui elogiado por mim pelo espírito de sacrifício, sabendo que é discutível aquilo que ele disse, mais até a forma como disse, não justificava a sanção disciplinar e, portanto, a expulsão. Não pode fazer aquilo que fez.

Não estou aqui a pegar num tabuleiro e a colocar a cabeça dos meus jogadores como sendo responsáveis pelo resultado. Pelo resultado a culpa é minha, fui eu que tomei todas as decisões. 

[Quanto à sua expulsão?] Não o fiz da forma mais tranquila, mas a única coisa que disse foi que era amarelo à falta cometida pelo Castro, que na minha opinião era, até pelo número de faltas que já tinha feito. É amarelo, resultou num vermelho.»