Marítimo-Sporting, 1-2 (crónica)

Num jogo «a feijões», o Sporting acabou por ser mais feliz ao contar com um Liedson sempre inspirado. O Marítimo somou o quarto desaire consecutivo e nem Carvalhal, maldição do Sporting na última temporada, ajudou. Mesmo a jogar contra dez a partir do minuto 55, os locais não conseguiram empatar e vieram mesmo a sofrer o segundo golo. Ao cair do pano, Olberdam ainda animou o «Caldeirão», mas pouco.
Carlos Carvalhal apresentou uma equipa assente num 4x4x2, deixando de lado o 4x3x3 que vem utilizando desde que chegou ao Funchal. Apostou em dois jogadores rápidos na frente, Marcinho e Djalma, e prescindiu do homem de área Baba.
O Sporting, que não tinha o castigado Paulo Bento no banco e contava com apenas seis suplentes, apostou numa equipa bem ofensiva, com Liedson, Derlei, Yannick e Hélder Postiga no onze. Outra novidade foi a presença de Tiago na baliza.
Logo no primeiro minuto, Djalma apareceu na grande área e caiu com Tonel por perto, mas o árbitro Jorge Sousa entendeu que o central sportinguista apenas jogou a bola e não fez falta. A resposta surgiu no lance seguinte com um bom remate de Liedson. A bola passou muito perto da baliza de Marcelo. O espectáculo prometia, num Estádio dos Barreiros com boa moldura humana.
Os pupilos de Carvalhal assumiram o comando da partida e estiveram perto de marcar aos 10 minutos. Miguelito cruzou muito bem da esquerda, João Luíz cabeceou e Tonel salvou sobre a linha.
A oferta de Cardozo...
Contra a corrente do jogo, Fernando Cardozo falha um passe em zona proibida e permite que Derlei isole Liedson. O «levezinho» não brinca em serviço e abre o marcador aos 26 minutos, com o Sporting com muito pouco feito para merecer a vantagem. Postiga perdeu uma boa situação aos 37 minutos, após um passe de Liedson, mas deixavam de ser lances esporádicos no meio da reacção insular.
Até ao intervalo, apenas um lance de Marcinho aqueceu as bancadas. O brasileiro, após um bom trabalho individual rematou rasteiro aos 39 minutos, com Tiago a ver a bola passar bem perto da sua baliza.
Carvalhal lança Baba, Abel expulso
No recomeço, o técnico maritimista deixou Bruno no balneário e lançou Baba para a frente de ataque. E os locais continuaram a mandar no jogo. Marcinho, bem colocado, falhou o remate aos 52 minutos.
Os madeirenses continuaram a atacar e dominar. Djalma isolou-se mas atrapalhou-se na altura errada, e Tonel conseguiu cortar para canto (54 m). Na sequência, Baba cabeceia ao poste.
O Sporting não conseguia sair a jogar e, aos 55 minutos, Abel viu o segundo amarelo e recebeu ordem de expulsão. Carlos Pereira sacrifica Derlei e troca-o por Pereirinha, com Carvalhal a mexer de novo, retirando Djalma e lançando Manú.
Num rápido contra-ataque, Yannick levou o pânico à baliza verde-rubra, pois passou por tudo e todos em velocidade, mas quando rematou, viu Luís Olim cortar o lance. Animava a partida.
Empurrado pelos seus adeptos e com mais um jogador, o Marítimo continuava a desperdiçar. Foi assim aos 69 e 71 minutos, primeiro por Miguelito e depois por Marcinho.
Novamente Liedson
E, contra todas as expectativas, o Sporting aumentou a contagem aos 74 minutos, após um bom trabalho individual de Liedson que mostrou o porquê de ainda estar na luta pelo primeiro lugar dos melhores marcadores. Foi o balde de água fria para os homens de Carvalhal.
Até ao final, foram sempre os madeirenses ter mais posse de bola e estar mais perto da baliza de Tiago. O Sporting fez o que lhe competia: defendia e explorava o contra-ataque.
Quase ao cair do pano, Olberdam encheu o pé e apontou o golo de honra, bem merecido diga-se, animando as bancadas. Mas ficou por aqui a reacção maritimista, que continua a criar muito e a falhar quase tudo.