Manuel dos Santos ruma ao Benfica com a convicção de que já era a hora de mudar e aceitar um novo desafio. O clube encarnado representa uma oportunidade para vencer novos troféus: «Fiz toda a carreira em França e agora surgiu uma oportunidade para conhecer um campeonato diferente... Embora já conhecesse o português, por que sou cabo-verdiano. Falei com o José [Veiga] e o projecto encantou-me. Por isso, estou hoje aqui no Benfica, tentando uma nova direcção na minha carreira. Esta oportunidade vem num bom momento. Já estava no Marselha há quatro anos. Queria mudar, porque quanto mais tempo se está num clube mais difícil é de se encontrar uma nova motivação. Fui confrontado com um projecto interessante e também venho porque quero ganhar coisas.»
Dos Santos é o nome de guerra pelo qual é conhecido e o lateral promete dar muita luta na conquista por um lugar no onze. O jogador sabe que o duelo com Fyssas não será fácil, mas fica a promessa de que vai dar tudo por tudo para ser a escolha de Trapattoni: «A concorrência não vai ser fácil. O futebol nunca é fácil, ainda mais num grande clube, mas vou dar o máximo.»
No plantel encarnado conhece e admira três jogadores que, curiosamente, ainda não treinam com o grupo. Nuno Gomes e Simão estão ainda de férias, devido à sua participação no Euro-2004, e Luisão está a representar o Brasil na Copa América.
Como se define como futebolista? «Sou um jogador que gosta muito de subir, mas sei que no futebol de hoje é preciso defender primeiro.» Quanto a objectivos, Dos Santos coloca as metas colectivas no topo: «O meu primeiro objectivo é o mesmo do treinador, que é que o Benfica volte a ser campeão e dispute a Liga dos Campeões.»
Roberto Carlos de Cabo Verde
Em Marselha, Dos Santos era conhecido também como o Roberto Carlos de Cabo Verde. O defesa não deixou de ficar admirado por essa alcunha já ter chegado a Portugal e explicou que, apesar de ocupar o mesmo lugar que o brasileiro, a forma de jogar é diferente: «Vocês também sabem disso? Em França, as pessoas comparam-me com o Roberto Carlos, mas é fisicamente, porque como jogador não sou como ele. Não corro tanto quanto ele. Uma das suas características é gostar de subir.»
Há três anos Dos Santos jogou na Luz um encontro particular. Depois de conhecer o velho estádio, o defesa conhecerá agora uma Luz renovada e sob outra perspectiva: «Foi no antigo Estádio da Luz, um particular. Foi muito bom. Desde criança que ouvia falar do estádio por isso tinha grande curiosidade. Agora estou ansioso por conhecer o novo Estádio da Luz.»
Os pais de Manuel dos Santos são de Cabo Verde, pelo que parece que a transferência para o clube português os deixa satisfeitos: «Acho que são benfiquistas. Em Cabo Verde as pessoas gostam do Benfica ou do Boavista e acho que eles são do Benfica.»