Manniche é hoje um dos responsáveis por uma empresa de treino individualizado que colabora com o FC Copenhaga. O antigo jogador do Benfica concordou em falar com o Maisfutebol sobre o encontro desta quarta-feira da Liga dos Campeões entre dinamarqueses e encarnados e fez questão de fazê-lo em português. «Vou ter de traduzir mais logo a conferência de imprensa do técnico do FC Copenhaga e assim sempre treino um pouco», justificou.
Era inevitável que o regresso ao passado estivesse presente na maior parte das palavras do alto viking, hoje com bem menos cabelo: «Vai ser um jogo muito difícil. O Benfica é uma das melhores equipas da Europa. No ano passado fez uma excelente campanha na Liga dos Campeões. É difícil, repito. Um ponto será óptimo para nós, mas vamos jogar futebol e tudo é possível. O que é o Copenhaga? Nada, comparado com o Benfica. Contudo, é bom para nós defrontarmos estas grandes equipas.»
O antigo avançado esteve atento ao que se passou no clube da Luz. Pelo menos, quando conseguiu encontrar alguma notícia. «Vi o Benfica no ano passado. Antes, nos anos 90, tornou-se invisível. Procurava informação e sabia que tinha ficado em segundo ou terceiro lugar no campeonato. Desapareceu dos grandes jogos. Esse período foi muito fraco. Nos últimos dois anos esteve melhor. Gostei muito do Benfica no jogo de Liverpool. Sempre organizado lá atrás, consistente na defesa, e depois súbitas mudanças de velocidade, em dois, três toques rumo à outra baliza. Isso torna-o um adversário muito perigoso. Penso que amanhã vai ser igual», apostou.
O ataque e um brasileiro preocupam
Manniche garante que tem visto pouco da maior parte dos jogadores do Benfica, mas mesmo assim joga alguns nomes para cima da mesa, quando questionado sobre alguns dos principais trunfos individuais dos encarnados: «Simão, Nuno Gomes, Petit, Miccoli... Não vi muito do avançado italiano, ainda está lesionado não está? E depois lá atrás, aquele alto, o brasileiro. Luisão? O Luisão é grande jogador.»
Nota-se nas suas palavras que o ex-futebolista fala com gosto do tempo que passou na Luz. E das grandes noites europeias. «Lembro-me quando jogámos com o Estrela Vermelha, a Sampdoria, o Olympiakos, o Dukla de Praga. Um clube é grande quando joga noutros grandes estádios, outras grandes cidades da Europa. O Benfica era assim. Sempre ouvi dizer que era um grande clube e quando lá joguei percebi porquê. Lembro-me que fomos a Toronto, no Canadá, e estavam muitos adeptos à nossa espera. Grande clube!», justificou, antes de começar uma comparação que não conseguiu concluir: «O jogo hoje é mais rápido. Não é muito diferente, mas mais rápido. Na altura havia Carlos Manuel, Diamantino, Rui Águas, agora também há muitos bons jogadores. É difícil para mim fazer comparações.»