Era um tema incontornável: a divisão entre a vontade de jogar por Portugal e a vontde de jogar pelo Congo. Makukula explicou, em resposta aos leitores do Maisfutebol, tudo o que quis dizer, confirmou que teve familiares perseguidos no Congo e disse até que num jogo entre Portugal e o Congo, torceria sempre por Portugal.
Quando disse que preferia jogar pela selecção do Congo notou-se algum desencanto. O que aconteceu de facto? (AJC)
Muita gente tem falado disso e tenho que pedir desculpas por ter sido mal entendido. O que eu disse que é achava que o Congo precisava mais do Makukula do que Portugal precisava do Makukula. Quando fui ao Congo, pela forma como fui recebido e pelo carinho que as pessoas me demonstraram num momento muito difícil, em que estava lesionado, disse que um dia gostava de representar. Foi um desabafo numa fase difícil.
Tendo nascido no Congo, embora partilhe uma grande paixão por Portugal, num Portugal-Congo, por quem torceria? (Fábio Rosa)
Torceria por Portugal, claro. É a minha selecção. Se o Congo jogasse contra outra equipa, com a França, por exemplo, ou com outra selecção, torceria pelo Congo. Se jogasse contra Portugal, torceria por Portugal. Sempre.
É verdade que a sua família foi ameaçada e se sentiu pressionado, quando teve de escolher entre representar a selecção de Portugal ou a do Congo, após a passagem pelos sub-21 portugueses? (Nuno Freire)?
Sim, é verdade. A minha família foi ameaçada, tive familiares que foram agredidos, outros foram despedidos dos empregos deles, diziam-lhe que eu não fazia nada pelo país. Fizeram-me coisas muito más. Mas isso já passou, entretanto já visitei o país, disse até que gostava de jogar pela selecção do Congo, por isso está tudo ultrapassado.