O Liverpool é um adversário especial para Luisão. O central é um dos poucos sobreviventes do actual plantel, a par de Quim e Nuno Gomes, quem em 2006 afastaram a equipa de Anfield a caminho dos quartos-de-final da liga dos Campeões. O central marcou o golo solitário na Luz, enquanto Simão e Miccoli confirmaram a qualificação no mesmo palco onde o Benfica vai voltar a jogar esta quinta-feira.

«É uma decisão importante como foi a última. Mas já passou muito tempo, são tempos diferentes. Estar a jogar na Europa é sempre motivo de felicidade e prestígio, espero que seja uma noite feliz», começou por destacar o capitão dos encarnados na antevisão do jogo. O que mudou dessa equipa de Koeman para o Benfica de Jesus? E o Liverpool também mudou? «Não falo do Liverpool, conheço bem o Benfica e é do Benfica que posso falar. Acredito que estamos a fazer uma excelente época, temos crescido muito e, para este jogo, estamos mais fortes», destacou.

Tal como Jesus, Luisão defende que a prioridade do Benfica continua a ser a Liga, mas o central recorda que os jogadores também se esforçaram para chegar a esta fase da prova e, além disso, também está em causa o prestígio da equipa. «O nosso objectivo, como já foi colocado por todos, é o campeonato nacional. Mas pela qualidade que temos vindo a apresentar e pelo esforço dos jogadores, já chegámos até aqui. O nosso objectivo é claro, mas também é prestigiante para o clube e para os jogadores jogar na Europa e queremos seguir em frente», destacou.

Tal como em 2006, o Liverpool vai contar com um estádio cheio e um ambiente infernal nas bancadas de Anfield. «É um modo deles pensarem. Também temos esse factor no nosso estádio. Já tive essa experiência, mas quando estamos dentro do campo só estamos concentrados no jogo. É bom jogar assim. Eles vão estar empurrando, mas nós só vamos estar concentrados no nosso trabalho», comentou.

Neste sentido, Luisão pode vir a ser um dos alvos dos adeptos do Liverpool, depois da acesa discussão que manteve com Babel na Luz que acabou por resultar na expulsão do avançado holandês, mas o central acredita que vai prevalecer o «fair-play» inglês, pelo menos no relvado. «São coisas que acontecem no futebol, são lances dentro do campo. Acabou o jogo e acabou tudo isso. Conhecemos a cultura do torcedor inglês e até dos jogadores e uma coisa que pega sempre é o fair-play dentro do campo», acrescentou.