A tristeza tomou conta de Felgueiras. Foram três épocas de sobrevivência no limite, a garantir a presença na Liga de Honra pela via administrativa. Quando pela primeira vez em quatro épocas a equipa conseguiu por direito próprio assegurar a presença na competição, conheceu o reverso da medalha. As dívidas fiscais determinaram-lhe o mesmo destino que Salgueiros, Farense e Campomaiorense nas últimas três temporadas.
A decepção é por isso evidente. Da parte de Luís Miguel, por exemplo. O jovem treinador preparava este ano a estreia quando foi confrontado com a despromoção. Em conversa com o Maisfutebol, Luís Miguel era a voz da tristeza. Notada em cada pausa no discurso. «Toda a gente se sentiu triste, muito triste, com esta situação». O treinador sabe do que fala. Foi ele que deu a notícia aos jogadores. «É uma situação dolorosa».
Dói-lhe o coração principalmente pelas boas expectativas que tinha para a época que se avizinha. O Felgueiras adquiria jogadores como Marco Almeida (ex-Murcia), Rui Mendes e Pinheiro (ex-P. Ferreira), Christopher (ex-Sporting). «Sinto-me muito abatido por não poder começar o campeonato e poder demonstrar em campo tudo aquilo que a equipa tinha vindo a demonstrar nos jogos pré-época», disse. «Estava a ser excelente até agora. Tínhamos uma equipa excelente. Sinto-me muito frustrado, muito desiludido, era um projecto que estava a correr muito bem e de um momento para o outro todas as expectativas, tanto minhas como dos jogadores, saem completamente defraudadas».
Depois disto, interessava saber o que sobra. «Não sei», garante. «O presidente ficou de falar amanhã connosco. Não faço a mínima ideia qual vai ser o futuro do clube». As dívidas acumuladas pelo clube não auguram nada de bom. «Nesta altura provavelmente as hipóteses estão todas em aberto. Não sei, acho que o melhor é deixar refrescar as ideias». Até porque ainda é tudo muito recente. «A notícia foi-nos comunicada hoje, estamos todos ainda a pensar a quente, é melhor esperarmos e vermos o que vai sair amanhã da reunião que vamos ter com o presidente. As coisas não se decidem de um dia para o outro e a calma é sempre boa conselheira».