«Ficámos juntos e como não conhecíamos praticamente ninguém do plantel falávamos mais os dois, pois não tínhamos confiança com os outros jogadores», recorda Lourenço. Quando desafiado pelo Maisfutebol a desvendar como é que ocupavam o tempo livre no quarto o avançado soltou o sorriso e disse de pronto: «Como? A dormir. Quando podíamos aproveitávamos para descansar. Normalmente o Bölöni dava-nos uma tareia tão grande de manhã que chegávamos à tarde e só queríamos dormir.»
As intensas cargas físicas orientadas pelo treinador romeno surpreenderam os dois miúdos de então: «Recordo-me que depois de almoço dizíamos um para o outro: o que é que nos vai acontecer à tarde? De manhã fazíamos um circuito oval que era correr, correr¿ Era uma coisa louca e a prioridade era recuperar energias para responder bem durante o treino da tarde. À noite dormíamos a pensar no que é que o Bölöni nos iria reservar no dia seguinte. Era sempre assim. Não estávamos habituados àquele tipo de treino. Ele era muito exigente e fez-nos bem, pois crescemos e ficámos em boa forma. Quando cheguei à equipa B não me custou nada a pré-época que fiz lá. O Quaresma ficou na equipa principal e iniciou o percurso como sénior.»
Os dias vividos em Rio Maior foram muito exigentes para Quaresma e Lourenço, mas o cansaço físico provocado pelas exigências de Bölöni deixou boas recordações para ambos. A estreia de Quaresma na Liga acabou por acontecer a 12 de Agosto de 2001, na recepção ao F.C. Porto. «Não lhe passava pela cabeça estrear-se na primeira Liga com 17 anos, mas felizmente conseguiu», sustenta Lourenço.
A tentação Barcelona e o futuro sucesso além fronteiras
Depois de duas épocas no plantel principal do Sporting, Quaresma rumou para Espanha. A época 2003/04 foi passada no Barcelona e apesar de 22 jogos realizados para a Liga, a experiência do extremo no Camp Nou esteve longe de ser a ideal.
«Ele não teve sorte na primeira experiência no estrangeiro. Ele também era novo e não é fácil estar longe da família e dos amigos. Talvez não estivesse tão preparado para emigrar, mas é óbvio que é sempre uma tentação ir para um grande clube. Voltou a Portugal e felizmente impôs-se. Está muito mais maduro e não acredito que fique em Portugal muito mais tempo. Acredito que vai conseguir impor-se fora de Portugal e fazer o mesmo, ou melhor, do que o Cristiano Ronaldo», defende Lourenço.
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