O Barcelona já está em Lisboa, onde chegou pouco faltava para o meio-dia. A saída dos craques da formação espanhola pela porta de desembarque foi tudo menos pacífica, de resto, sendo que alguma negligência por parte dos responsáveis do aeroporto e da polícia gerouuma situação quase caótica. Isto porque estavam cerca de 200 ou 300 adeptos jovens à espera do plantel catalão, que não respeitaram ninguém quando chegou a hora de atacar os craques. Invadiram a zona de desembarque e instalaram a confusão. Foi possível vislumbrar muitas camisolas e cachecóis dos catalães e da selecção brasileira, bandeiras dos Camarões, muitos espanhóis e, inclusive, adeptos com o equipamento do Benfica a gritar pelos craques do «Barça».
Para chegar ao autocarro Ronaldinho, Etoo e Deco, tiveram então de passar por toda a área comum do aeroporto, protegidos por cordões de seguranças privados, que não deixavam ninguém abordar os craques. As principais estrelas saíam protegidas pelos seguranças particulares que empurravam toda a gente para abrir caminho por entre a multidão. Qualquer tentativa de aproximar um telemóvel ou uma máquina fotográfica para registar o momento da chegada dos catalães era logo afastada por murros nos braços, empurrões e encontrões, o que provocou uma enorme confusão, com queixas, gritos, histeria, microfones pelo ar e muitos tropeções.
O primeiros a passar foram Etoo e Deco. A estrela, Ronaldinho, apareceu apenas no final. Os restantes jogadores dos «blaugrana» passavam quase anónimos por entre a multidão, que perdeu o controlo quando viu sair da porta de desembarque Ronaldinho. O craque brasileiro, com uma fita no cabelo e óculos escuros, foi engolido pelas pessoas e apesar de manter sempre o sorriso, não parou sequer para dar autógrafos aos muitos adeptos que o esperavam desde as 10:30 horas. Enquanto isto os jogadores continuavam a seguir o caminho rápido para o autocarro. Pelo meio só Giuly e Oleguer é que abrandaram breves instantes na marcha, para distribuir autógrafos por alguns adeptos.
Palavras de Deco, Rijkaard e Laporta na confusão
Os jornalistas praticamente nem conseguiram chegar-se perto dos jogadores. Apenas Deco, Frank Rijkaard e Joan Laporta disseram breves palavras de circunstância. «É uma sensação muito boa regressar a Portugal», referiu Deco. «Não espero ser aplaudido, porque uma coisa é estar aqui a jogar pela selecção e outra é vir para jogar pelo Barcelona como adversário. Mas regressar a Portugal é sempre muito bom». Frank Rijkaard vinha aparentemente calmo e no meio da confusão apenas disse que «o Benfica é uma grande equipa» e «amanha será um jogo interessante ».
Já o presidente preferiu revelar o prazer de regressar a Portugal e o respeito que lhe merecem os encarnados. «Sinto-me como em casa. Vim muitas vezes a Lisboa e é uma grande cidade», começou por dizer Laporta. «Vamos fazer o possível para ganhar mas vai ser muito difícil. O Benfica é um adversário muito forte». Dito isto foi afastado dos jornalistas por elementos da sua segurança, que prontamente o encaminharam para o carro que o esperava para se dirigir ate ao hotel.
Já no interior do autocarro, os gritos por Ronaldinho e companhia mantinham-se. As pessoas acotovelavam-se junto ao autocarro para conseguir a melhor fotografia. Ai, os jogadores fizeram alguns gestos de agradecimento aos muitos adeptos que os esperaram. Após muitos bonecos que ficam para a posteridade, o autocarro arrancou em direcção ao hotel, com os batedores da polícia a abrir caminho.
A comitiva seguiu para o hotel, onde vai permanecer até à hora do treino agendado para as 19 horas no estádio da Luz. Antes disso, pelas 18.15, realiza-se a conferência de imprensa de Rijkaard e de um jogador ainda a designar.