O lançamento do livro do internacional italiano Marco Materrazi, intitulado «O que é que eu disse mesmo a Zidane», em França ameaça tornar-se num caso diplomático. A editora francesa pediu a presença do jogador do Inter Milão em Paris, a embaixada italiana, atendendo ao que aconteceu na final do Mundial-2006, pediu protecção, mas o ministro do Interior francês, Sarkozy, diz que não quer saber.
Quando parecia que a história já tinha acabado, eis que surge mais um capítulo de uma lenga-lenga que já teve direito a músicas, livros e muita polémica, agora ao ponto de poder afectar as relações diplomáticas entre Itália e França.
A editora francesa responsável pelo livro de Materazzi, a Rocher, vai lançar o livro na próxima quinta-feira e tinha previsto uma acção promocional que incluía três entrevistas televisivas em canais franceses e uma conferência de imprensa a nível nacional, mas a embaixada italiana em Paris ficou preocupada. O Mundial-2006 acabou há poucos meses e havia o risco de um adepto dos «Bleus» querer vingar o polémico episódio da final, por isso era necessária uma escolta e garantias de segurança para o jogador.
Foram feitas as diligências necessárias, mas Nicolas Sarkozy, ministro do Interior, com ambições de chegar ao Eliseu, torceu o nariz, considerando que o central italiano não é uma personalidade pública e que estava no país a promover uma iniciativa privada e, além disso, a polícia tinha mais do que fazer.
Um episódio que deixa em evidência que a derrota da França na final de Berlim ainda não foi bem digerida. O livro de Materazzi é uma rábula humorística em que o central italiano, de forma irónica, coloca várias hipóteses de frases que poderia ter dito a Zidane. Os lucros das vendas do livro revertem a favor da UNICEF.