José Couceiro, treinador do Vitória de Setúbal, analisa o triunfo sobre o Olhanense, na última jornada (3-1):

«Deixo uma palavra para o Olhanense e para os seus jogadores e massa adepta. É um dia triste para eles. Faz parte do desporto. Quase todos nos já passámos por situações destas. Sei que é um dia difícil. O Vitória entrou bem no jogo, motivado. Fizemos um golo, e em vez de beneficiarmos disso parece que nos desligámos. O Olhanense aproveitou, pois estava a jogar o seu futuro, e teve uma reação interessante. É evidente que o momento da expulsão é determinante, mas não houve mais expulsões porque o árbitro teve cuidado para não dar mais amarelos a algumas entradas.»

«Corrigimos a circulação na segunda parte, não perdemos bolas para o contra-ataque do Olhanense. Temos três amarelos na primeira parte por perdas de bolas infantis. A vitória e justa. É um prémio para este grupo, para a massa adepta, para todo o «staff». Pelo menos acabamos em sétimo lugar. O Vitória vai para a primeira fase de grupos da Taça da Liga.»

[sobre o futuro] «Acima dos clubes não está ninguém. Acima do Vitória não está ninguém, e ninguém ganha sozinho. Nós temos influência, mas se os jogadores não tiverem qualidade, se não houver empenho, é impossível fazer isto. Enalteço primeiro os jogadores. É difícil responder a isso, é um pouco especulativo. Invertemos a situação da equipa, que vinha de um período mau, já desde o final da época passada. Não perdemos no Bonfim, por exemplo. Temos mais golos marcados do que sofridos. Mas toda a gente deve ter a consciência que acabou, e que para o ano começa tudo do zero.»

«Em relação a mim, não sei. Não posso dizer nada. Não estou comprometido com ninguém. Disse que só assinava até final do campeonato. Tive propostas para sair. Tive propostas para emigrar, mas não quis. Em relação ao futuro vamos ver. Não tenho os dados todos para decidir, e tenho feito sempre u m jogo limpo com a administração. Percebo o clube e as necessidades do clube, e eles sabem também que têm toda a liberdade. Não há nenhum conflito.»

«Não é público, mas dentro do Vitória sabem o que se tem estado a passar. Vamos ver. Não quis criar mal entendidos. Nunca tentarei colocar-me na posição do desejado, pois não acredito nisso. Trabalha-se em equipa, ninguém tem sucesso sozinho. Não é uma pessoa que vai inverter a história. Não vamos criar um quadro que eu próprio não gosto, e que eu nunca quis alimentar. Vamos decidir com calma.»

«Em janeiro o Vitória recebeu uma proposta para me transferir, e eu não fiz pressão para que se concretizasse.»

[o que vai pesar na decisão?] «Há sempre muitos fatores, mas não trato disso em conferência de imprensa. Percebo o vosso papel, mas não falo disso.»

«Tenho convites do estrangeiro. Depois veremos o que decido.»

«O Vitória não tem de esperar. E se eu decidir ficar desempregado? Não há qualquer pressão. Neste momento não estou em condição de decidir.»

[sobre a conversa com Galderisi no final] «Fui confortá-lo. Não desejo o mal de ninguém, nem fico contente com as derrotas de ninguém. Fico contente com as minhas vitórias. Ele estava talvez cansado, e evidentemente desiludido, algo normal. Perguntou-me por que continuámos a jogar com a mesma intensidade. Não respondi, pois entendi que havia uma desilusão normal.»