A figura: Marega

Não marcou, é certo. Mas tentou muito. Azarado, acertou duas vezes nos postes, mas continuou a procurar a sorte e foi ele quem serviu Hernâni no golo que decide a partida, após uma jogada que só ele vislumbrava – e que poucos teriam a potência física para conseguir, diga-se. Esta semana, foi anunciado que o FC Porto não deveria recrutar o maliano em janeiro, e essa será uma excelente prenda para o Vitória.

O momento: Hernâni abre o presente que era de Marega (80')

Não é bonito desembrulhar um presente que não nos pertence, mas neste caso ninguém levará a mal. Pelo menos, do lado vitoriano. É que o trabalho no golo decisivo é todo de Marega – que era também quem mais merecia a prenda – mas coube ao extremo também emprestado pelo FC Porto selar o momento da noite, para explosão de alegria nas bancadas e no banco vimaranense.

Positivo: adeptos vitorianos

Sexta-feira, 21 horas, antevéspera de Natal e previsão de temperaturas muito baixas. Mais de 100 quilómetros a separar Guimarães de Arouca. Esqueça, nada é suficiente para demover os aficionados vimaranenses, que se fizeram ouvir e sentir no apoio ao seu clube, nesta noite gelada de Arouca. Já se sabe a paixão que move estes adeptos, mas caso ainda houvesse dúvidas, elas ter-se-iam diluído esta noite. «E onde fores, eu vou», não se cansaram de cantar. No Natal celebra-se também a família, e a vitoriana mostrou a forte união que se lhe reconhece.

Outros destaques:

Hernâni

Segunda jornada consecutiva a decidir e pazes mais do que feitas com os adeptos. Surgiu oportuno a finalizar uma jogada conduzida por Marega e depois correu para os braços daqueles com quem brigara no jogo da Taça diante do Vilafranquense. Esta noite, entrou aos 67 minutos para ser absolutamente decisivo.

Jorginho

O jovem extremo do Arouca está cheio de confiança. E tem razões para isso: as coisas correm-lhe bem – depois de marcar na estreia, na semana passada apontou um hat-trick frente ao Moreirense -, não tem medo de arriscar e a qualidade que tem sobressai facilmente. E a equipa ganha com isso, claro. Faltou melhor acompanhamento para dar sequência aos seus raides.

Crivellaro

Na primeira vez que defrontou a equipa que lhe abriu as portas do futebol português, e onde passou quatro épocas, o médio brasileiro quis assumir as despesas do jogo arouquense e foi ele quem delineou as melhores jogadas ofensivas. Importante também no apoio que deu nas tarefas defensivas, o camisola 50 sai da partida com nota muito positiva.

Soares

De regresso à equipa após lesão, o avançado brasileiro bem procurou o golo, mas também não foi feliz. Ainda assim, foram dele muitas das iniciativas ofensivas da equipa.

Bruno Gaspar

Bem tentou cumprir com a tradição familiar de presentear alguém em época natalícia, mas ao contrário do Rei Mago, não teve alguém de braços abertos para receber a oferenda. Esteve perto disso, mas Soares deixo escapar a oportunidade.