Em dia de celebração da liberdade, o Sp. Braga esteve noventa minutos preso à burocracia. Com bilhete para o Jamor, os pupilos de Artur Jorge tiveram de ir ao guiché da 2.ª mão tratar da formalização da disputa da final da Taça de Portugal. Fizeram-no com um empate (2-2) frente ao Nacional com golos de Racic e Rodrigo Gomes.

Depois do triunfo na 1.ª mão por números expressivos (0-5), o jogo deste fim de tarde foi, como se diz na gíria, para cumprir calendário. O número de adeptos indiciava isso (cerca de 5 mil), o onze de Artur Jorge confirmou-o: trocou dez elementos em relação ao triunfo frente ao Casa Pia no último duelo do campeonato.

Com André Horta como único repetente na equipa inicial, as várias caras novas fizeram com que a circulação de bola dos guerreiros fosse menos incisiva e menos veloz do que o habitual. O domínio, esse, não esteve em causa. Organizado, o Nacional ia tentando espreitar o contragolpe.

A equipa insular ia conseguindo, de quando em vez, ir lá à frente com relativo perigo, quase sempre pela direta, por intermédio de Rúben Macedo. Entre vários momentos atacantes, o Sp. Braga tirou a senha para carimbar o bilhete ao minuto 33. Racic foi travado na área por José Gomes, dando lugar à grande penalidade que o próprio sérvio converteu.

Seis golos de diferença na eliminatória no intervalo da 2.ª mão, com o terceiro lugar consolidado no campeonato e a espreitar para cima, Artur Jorge pôde gerir o plantel, ainda que acabasse por empatar o jogo com os insulares.

Dado o desnível do jogo na Choupana, seria uma questão de números para se tratar das papeladas e da burocracia, tal como demonstrou Rodrigo Gomes logo após o intervalo. Ao terceiro minuto rompeu pelo corredor central, aproveitando o espaço concedido para fazer o dois a zero. Num jogo já de si atípico, na segunda metade o ritmo decresceu ainda mais.

Entre várias substituições, pouco se jogou. O Nacional, em situação pouco cómoda no segundo escalão, rodou jogadores na segunda metade – fez quatro alterações logo ao intervalo – para atacar a manutenção na reta final do campeonato.

Num mau momento, depois de sete jogos consecutivos sem ganhar – nos quais ficou seis jogos sem marcar – o Nacional ainda foi a tempo de empatar, aproveitando o relaxamento natural bracarense. Clayton marcou ao minuto 72 num golpe de cabeça, na sequência de um lance de bola parada.

No último lance do encontro Dudu correu contra o mundo, foi sozinho para quatro jogadores do Sp. Braga após um canto precisamente a favor dos bracarenses, acabando derrubado na área por Tormena. Imitou Racic e foi o próprio Dudu a fechar a contagem, igualando o jogo a duas bolas.

Travão nas cinco vitórias consecutivas do Sp. Braga, ainda que não ponha em causa a prestação da eliminatória (7-2 no conjunto dos dois jogos). Os bracarenses avançam para a oitava final da sua história, esperando agora pelo adversário que sairá da eliminatória entre FC Porto e Famalicão.