Depois de um dia chuvoso, a noite podia ter sido de tempestade, mas dois nórdicos trouxeram a bonança ao Sporting, que venceu o Moreirense por 3-0 e voltou a colar-se ao topo da classificação da Liga.

Apesar da superioridade durante quase todo o jogo, os leões só conseguiram furar a organização dos minhotos aos 55 minutos, quando Morten Hjulmand bateu Kewin pela primeira e permitiu que a equipa de Ruben Amorim se soltasse para uma segunda parte com momentos de futebol de alto quilate e com dois nórdicos em evidência.

A noite até começou com um susto em Alvalade, quando nos primeiros minutos André Luís rematou ao poste esquerdo da baliza de Adán. Esse momento despertou o Sporting de um início de jogo algo passivo, no qual Alan e Camacho sobressaíram nas transições ofensivas dos visitantes.

A partir daí, o jogo foi quase todo dos leões. Morten Hjulmand mandou no meio-campo. Pelo apoio aos defesas quando necessário, mas sobretudo pelas ações com bola no corredor central.

Ao intervalo, o nulo no marcador ainda prevalecia, mas essencialmente por culpa de um homem e de algo intangível: o guarda-redes Kewin e duas bolas (uma de Morita e outra de Hjulmand) nos ferros.

É justo dizer também que Rui Borges apresentou em Alvalade uma equipa com a lição bem estudada. Tanto que foi capaz de anular na primeira parte o jogo do Sporting pelos flancos, baixando frequentemente Pedro Amador para a linha dos defesas.

Só que o conjunto de Ruben Amorim tem mostrado que em 2023/24 já é mais do que uma equipa unidimensional, que usava e abusava da mesma receita no passado. Neste domingo, os leões fizeram também a diferença pelo corredor central. Por culpa de um dinamarquês, mas também do incansável Morita.

Mas também por culpa de outro nórdico: Gyökeres, capaz de transportar o futebol ofensivo do Sporting para outra dimensão. O avançado sueco arrancou cartões amarelos, um vermelho (a Maracás já na reta final) e assinou o golo da tranquilidade a passe de Nuno Santos, também ele um dos melhores dos lisboetas.

Antes do segundo golo, os leões pareciam dar sinais de querer abrandar o ritmo do jogo depois de tanto tempo à procura da vantagem, mas foi depois dele que Alvalade viu o melhor Sporting da noite, com Gyökeres ainda mais explosivo, Paulinho (hoje suplente utilizado) a acertar no ferro, Coates a ameaçar e, depois de alguma predileção para o desperdício, Diomande a fazer o 3-0 final já em tempo de compensação.

O Sporting fecha a quinta jornada no topo da Liga e com a primeira vitória da época sem ser pela margem mínima.

O que até soa estranho numa equipa com tantas virtudes e cada vez mais total.