Num dos dois dérbis que se jogaram esta tarde no Minho, o Sp. Braga recebeu e bateu o Moreirense, por 2-0.

Em dia de eleições legislativas, a equipa de Carlos Carvalhal cedeu à tentação da abstenção no primeiro tempo, mas garantiu a vitória com uma segunda parte transfigurada. O triunfo, contudo, só foi possível com recurso a medidas extraordinárias vindas do banco.

A história da primeira parte é fácil de contar, até com recurso à estatística.

O Sp. Braga rematou apenas por uma vez no primeiro tempo e já em cima do minuto 37, com um disparo rasteiro de Castro que Pasinato encaixou facilmente.

Do lado do Moreirense, nove remates, todos eles fora do alvo. Apesar das tentativas, a turma de Ricardo Sá Pinto nunca conseguiu ter «cabeça fria» na hora de finalizar e pecou por apostar em remates de longa distância que saíram muito desviados do alvo.

Ainda assim, pertenceu aos forasteiros a melhor e única oportunidade digna desse mesmo selo. Quando os ponteiros assinalavam o quarto de hora de jogo, Fábio Pacheco apareceu à entrada da área e aplicou um pontapé de pé esquerdo que pôs em sentido Matheus, tal como a restante equipa arsenalista.

O Sp. Braga não conseguiu ter um fio de jogo nos primeiros 45 minutos, perante um Moreirense muito bem organizado do ponto de vista defensivo e mais perigoso nas transições rápidas para o ataque.

Sem conseguir perfurar a estrutura montada por Sá Pinto, a aposta caiu sobre os extremos do campo, mas Fabiano falhou vários cruzamentos. Do outro lado, Moura foi bastante solicitado, contudo, só por uma vez conseguiu definir bem no último terço, com um cruzamento rasteiro ao qual Abel Ruiz não correspondeu.

Carvalhal não gostou da abstenção no primeiro tempo e aplicou medidas para mudar o rumo da partida.

Com três mexidas ao intervalo, o técnico arsenalista deu o mote e garantiu maioria absoluta, não só na posse de bola, como em todos os domínios.

Yan Couto, André Horta e Vitinha vieram dar energia e fulgor à equipa, que no primeiro tempo esteve apagada e sem corresponder às expetativas que haviam sido depositadas após o triunfo em Alvalade.

E nem foi preciso esperar muito. Poucos minutos depois do apito para o segundo tempo, Al Musrati surgiu ao segundo poste a aproveitar um desvio na sequência de um canto e a dar início ao triunfo do arsenalismo.

Nos instantes que se seguiram, a oposição de Moreira de Cónegos conseguiu rondar a baliza de Matheus, mas sem ousar a mexida no marcador.

A frescura de Vitinha e Yan Couto era difícil de travar.

Num primeiro momento, o lateral brasileiro cavalgou largos metros de terreno pelo corredor esquerdo e só não festejou porque a bola saiu a escassos centímetros do poste da turma dos cónegos. Mais tarde, foi numa incursão pela direita que Vitinha arrancou a grande penalidade, posteriormente convertida por Ricardo Horta.

A vitória estava assegurada e tinha apenas um rosto: Carlos Carvalhal. Ainda houve dúvidas, mas o líder bracarense conseguiu mesmo a maioria absoluta.