É simples fazer as contas deste Penafiel-Estoril: as equipas equivaleram-se e o jogo decidiu-se no pormenor. O Estoril conseguiu a segunda vitória da época, agora fora de portas, e José Couceiro respirou fundo depois de exibições preocupantes nos últimos tempos. Dois golos de livre fizeram toda a diferença, de nada valendo o penalti que permitiu ao Penafiel colocar o resultado num acertado 1-2.
 
Não se pode dizer, por isso, que o triunfo do Estoril tenha sido injusto. Porque se é verdade que as equipas se equivaleram na entrega e na vontade, também é certo que os visitantes mostraram mais qualidade e, se não bastasse, gozaram das melhores oportunidades.
 
Como cantam os Xutos e Pontapés, neste jogo foi preciso «medir bem a importância de um pequeno pormenor». E esse pormenor foi a melhor qualidade dos executantes do Estoril, evidente sobretudo do meio campo para a frente.

Mas, curiosamente, nem foi por aí que o Estoril marcou. Foi nesse ponto que assentou a sua superioridade, pois a diferença entre a forma de atacar e, sobretudo, definir os lances de uma e outra equipa foi gritante. Mas para marcar, a equipa de Couceiro precisou de bolas paradas.
 
A primeira, logo aos cinco minutos, por Emídio Rafael, num livre perfeito. A segunda, no segundo tempo, aos 67, em novo livre de génio, agora de Tozé.
 
Pelo meio viu-se, então, a tal diferença de qualidade no ataque. Se Kuca mostrava ser um dos bons valores desta equipa (e da Liga), Aldair, por exemplo, era o que mais mexia no Penafiel mas definia, invariavelmente, mal. A equipa pedia-lhe mais.
 
O Estoril, que marcou no primeiro remate que fez, mandou ainda uma bola à trave no segundo, por Ruben Fernandes, ainda antes do final do primeiro quarto de hora, mas foi na segunda parte que dispôs das melhores ocasiões.
 
Ainda com o jogo em 1-0, Kléber mergulhou de cabeça para defesa de Haghighi e Tozé, antes de se redimir com o segundo golo, perdoou de forma incrível na cara do guardião iraniano do Penafiel. Kuka, mais tarde, surgiu duas vezes isolado mas não conseguiu coroar a excelente exibição com o golo que merecia.
 
Detalhes que não castigaram Couceiro, apesar de não se ter livrado do susto no final, já que Rabiola reduziu de penalti e fez o Penafiel acreditar no empate até ao fim. Mbala, num remate forte nos descontos, ainda obrigou Kieszek a aplicar-se mas o resultado não se alterou.
 
Vitória mais suada do que parecia a dada altura para o Estoril.