Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, em declarações na sala de imprensa do estádio Municipal de Braga, após a goleada por 4-1 sofrida contra os bracarenses, numa partida da 30.ª jornada da Liga:

«Sem querer tirar mérito às qualidades que o Sp. Braga tem, tivemos uma entrada apática. Tivemos uma intensidade baixa com e sem bola. Ainda assim, criámos três ou quatro situações de golo. O problema foi que sem bola não nos sacrificámos nem colocámos o plano em funcionamento. A ideia era pressionar a construção do Sp. Braga e não deixar jogar.

O Sp. Braga foi muito pragmático. Chega ao primeiro golo num lance em que a bola passa pelo meio das pernas do atleta do Portimonense e deixa o Abel só. Houve sorte nesse momento. Depois, marcou um golo de livre direto e outro de livre lateral. Tivemos uma ocasião pelo Welinton, outra pelo Rui Gomes e outra bola ainda. Reduzimos para 3-1, mas o 3-2 é que daria uma perspetiva diferente para a segunda parte.

A segunda parte foi diferente. O que vou dizer aqui foi o que disse no balneário. Não podemos competir e querer mostrar as nossas capacidades e sem nos sacrificarmos uns pelos outros. O médio defensivo do Sp. Braga jogou sem pressão, teve sempre tempo para virar o jogo. A pressão não começou bem à frente e as jogadas acabaram em cima da nossa última linha. 

O nosso plano funcionou no segundo tempo e até acabámos o jogo com mais bola que o Sp. Braga. Houve muita qualidade da minha equipa no segundo tempo, mas o Sp. Braga já tinha feito o resultado da forma que fez. Os livres e as faltas laterais também contam. Não podemos defender esses lances como defendemos. 

Na segunda parte jogámos bastante bem, conseguimos pressionar e encurralar o Sp. Braga. Obrigámos o Sp. Braga a soltar a bola na frente.Tivemos foco, a concentração e o espírito de sacrífico para cumprir o plano na segunda parte ao contrário da primeira. Há muita coisa boa a reter no segundo tempo, mas deixámos uma imagem pálida na primeira parte.»

[A saída do Lucas Ventura aos 26 minutos foi por questões físicas ou porque queria passar uma mensagem à equipa?]:

«Foi um pouco dos dois. Havia que alterar. O Lucas chegou recentemente do campeonato brasileiro. Ele fez uma falta e viu amarelo. Já deixou a equipa com dez uma vez e preferi protegê-lo. Ele foi infeliz na forma como fez a falta, escorregou e levou o Al-Musrati à frente. Mudei para protegê-lo e para proteger a equipa. Alterei também a forma como a equipa estava a pressionar porque o Al-Musrati estava a jogar livre.»

[É preferível jogar na Pedreira olhos nos olhos ou ficar atrás e evitar perder?]:

«Já vim cá jogar mais precavido, mas hoje quisemos discutir o jogo cara a cara. De qualquer forma, não tenho grandes memórias de bons resultados. A qualidade que está no plantel do Sp. Braga é imensa. Logo no início disse que o Sp. Braga era um dos candidatos ao título porque treinámos juntos na pré-época. Ao longo da temporada adicionaram jogadores com qualidade. Não é à toa que está a fazer a época que está a fazer. Quando jogámos de forma mais resguardada e perdemos, fica um amargo de boca porque os jogadores não se divertem nem aproveitam para mostrar a sua qualidade. Hoje decidimos discutir o jogo, mas não colocámos a energia que devíamos na primeira parte. Posso apenas lamentar a primeira parte em que o Sp. Braga foi mortífero e deixou-nos numa posição completamente desconfortável.»