O Portimonense operou uma reviravolta na receção ao Vitória de Guimarães (2-1), garantindo o segundo triunfo consecutivo na Liga 2022/23. Welinton (62m) e Yago (88m) responderam ao tento inaugural de Jota Silva, logo após o intervalo (47m).

Yago Cariello, provalmente sem medir o impacto da sua ação, decidiu pegar na bandeirola de canto e simular que estava a metralhar os adeptos do Vitória, que compareceram em grande número no Algarve. Os minutos finais do encontro foram, portanto, de tensão máxima dentro e fora de campo, mas fica para a história a boa resposta da equipa de Paulo Sérgio, corajosa na forma como abordou a etapa compementar.

Paulo Sérgio, que perdeu Anderson Oliveira por lesão durante o triunfo em Paços de Ferreira, lançou o defesa-central Pedrão no onze e alterou o sistema tático do Portimonense de um 4x3x3 para um 3x5x2, com Welinton no apoio ao ponta-de-lança Yago.

No Vitória de Guimarães, Moreno viu-se privado de André Silva – a contas com uma amigdalite – e entregou a titularidade na frente de ataque a Anderson Silva, ele que viria a desperdiçar duas belas oportunidades, após a meia-hora de jogo (33m e 34m).

FICHA DE JOGO E NOTAS ATRIBUÍDAS AOS JOGADORES

Mais Vitória na etapa inicial

A equipa minhota, com uma impressionante falange de apoio no Algarve, foi superior ao longo da etapa inicial do encontro e dispôs de ocasiões para inaugurar a contagem, perante a resposta ocasional do Portimonense.

Com um futebol apoiado e bola rente à relva, o Vitória criou ascendente sobre o adversário e foi testando a defensiva contrária. Ao minuto 11, foi Samuel Portugal a negar o golo a André Almeida. Aos 33, com o guarda-redes já fora do lance, Pedrão impediu o festejo de Anderson Silva, que falhou outra oportunidade no minuto seguinte. Pouco depois, na conversão de um livre direto, Tiago Silva atirou à trave (39m).

O Portimonense procurava surpreender em lances de bola parada ou através da velocidade de Welinton, o grande foco de perigo entre os locais. Paulo Sérgio pedia a Filipe Relvas para abrir na esquerda e permitir as subidas de Seck, quando os algarvios tinham a bola, mas a aposta passava sobretudo por bolas longas, à procura de Yago e Welinton. Seria o extremo a criar a grande ocasião dos algarvios na etapa inicial, fugindo a André Amaro para surgir em grande posição na área, antes de rematar para fora.

O treinador sentiu que tinha de mudar algo ao intervalo e desfez o trio de defesa-centrais, fazendo avançar Willyan para o setor intermediário, a par de duas substituições: Paulo Estrela e Pedro Sá saíram para as entradas de Ewerton e Luquinha.

OS DESTAQUES DO PORTIMONENSE-V. GUIMARÃES

O tiro nos pés e a recuperação

A formação algarvia mexeu à procura de algo mais na etapa complementar, mas deu um autêntico tiro nos pés no recomeço do encontro. Seck perdeu a bola para André Almeida quando procurava sair para o ataque, o médio viu Jota Silva sem marcação na área do Portimonense e o extremo estreou-se a marcar na Liga portuguesa (47m).

O golo premiou a boa primeira parte do Vitória e reforçou a necessidade de resposta da equipa de Paulo Sérgio, que já tinha dado o sinal com a dupla alteração ao intervalo.

Welinton, sempre ele, ficou a centímetros do empate com um grande remate ao minuto 49. Pouco depois, conseguiu antecipar-se a Bruno Varela mas tocou a bola para fora. Os visitantes tremeram e sofreram o 1-1 após a hora de jogo (63m), quando Luquinha abriu em Moufi na direita e o lateral cruzou para o coração da área, onde surgiu Welinton – claro está – para a finalização.

O Vitória acusou o tento consentido e demorou a regressar ao jogo, voltando a demonstrar a sua qualidade apenas no último quarto de hora. O perigo rondava as duas balizas, André Amaro ficou a centímetros do 1-2 e Yago viu o guarda-redes vitoriano opor-se à altura a um cabeceamento. Porém, a balança viria a pender para os locais, quando o avançado descoberto pelo Portimonense no União de Santarém surgiu novamente na área, após cruzamento de Seck, para um cabeceamento que deixou Bruno Varela sem hipóteses de defesa (88m).

Já em período de descontos, quando os minhotos carregavam em busca do 2-2, Samuel Portugal agigantou-se para segurar o triunfo, fazendo uma enorme defesa a cabeceamento de André Amaro, ao minuto 90+8.