Explosão de alegria na Vila das Aves. Não é o Desportivo, mas quatro anos depois a vila volta a ser de primeira com o Aves SAD a destronar o Portimonense do principal escalão do futebol português. Um golo de John Mercado, no início da segunda metade, foi o rastilho para robustecer a vantagem construída no primeiro jogo deste play-off, em Portimão. Benny completou com arte o quadro da subida.

Mantém-se o histórico: quarta edição do play-off entre o antepenúltimo classificado da Liga e o terceiro do segundo escalão; quarta vez que o conjunto da Liga fica pelo caminho. Premeia-se a temporada do Aves, que apesar de cair de rendimento nos últimos jogos, andou grande parte do campeonato nos lugares de subida. A equipa de Jorge Costa carimba a subida no último suspiro.

Cai o Portimonense naquela que foi a sétima temporada consecutiva na Liga. Este último jogo foi um espelho da época, ainda antes do apito inicial. Paulo Sérgio operou cinco alterações no onze do primeiro para o segundo jogo, fazendo alinhar Vinícius na baliza, que já não jogava há cinco meses. À flor da relva, erros atrás de erros, alguns de principiante, como aquele que deu em golo por parte do Aves.  


Acidentado com um nulo envergonhado

O segundo embate entre Aves e Portimonense até começou algo contido, com os dois conjuntos a revelar demasiadas cautelas de parte a parte. Estes noventa minutos valiam uma época e, por isso, perceberam-se as cautelas. Mas, a realidade é que rapidamente esse figurino alterou-se com o empate que se registava a o intervalo a ser envergonhado face às imensas oportunidades de golo.

Em desvantagem neste play-off, o Portimonense sentiu necessidade de pegar no jogo, algo que raramente fez ao longo da temporada em que acabou no antepenúltimo lugar da Liga. Resultado: expôs-se e viu o Aves construir lances que apenas não resultaram em golo por milagre. Parte desse milagre foi Vinícius, o guarda-redes suplente que neste final de tarde voltou à titularidade.

Ripostou o Portimonense, é certo, mas com menos lances efetivos para abanar as redes adversárias. As contas do jogo quase tiveram um rude golpe, na perspetiva do Aves, com Edson Farias, a única novidade do onze avense – no lugar do castigado Fábio Pacheco – a ver cartão vermelho direto. Artur Soares Dias aconselhou João Pinheiro a ver as imagens, revertendo-se a expulsão.

Rastilho após o descanso

A tal vantagem do primeiro jogo potenciou uma tarde de festa nas Aves, com 5 mil adeptos nas bancadas e muita animação antes do jogo. A festa que se perspetivava teve o rastilho no início da segunda metade, ao minuto 52. John Mercado foi a faísca que fez explodir o estádio.

Uma bola bombeada para o ataque deixou Lucas Ventura atrapalhado, Nené foi lá aproveitar para apertar e Pedrão na emenda deu a bola a Mercado. O equatoriano aproveitou o espaço para driblar Vinícius e atirar para o fundo das redes, desnivelando ainda mais a eliminatória.

O Portimonense ficou ainda mais perdido, nervoso e sem qualquer tipo de capacidade para entrar no jogo. A festa do Aves começou definitivamente com o segundo golo da noite, por Benny, num lance individual repleto de classe. 4-2 no somatório das duas mãos. Carrilo ainda marcou num último suspiro, numa despedida com confusão dos algarvios. Não seguraram as emoções, e nos descontos registaram-se duas expulsões. O Aves é de primeira.