A Câmara de Arouca anunciou que a Polícia Judiciária (PJ) estará nas instalações da autarquia, nesta quinta-feira, para investigar «alegadas ajudas» ao clube local. 

«O Arouca está de costas voltadas com a câmara porque acha que não lhe dá ajudas nenhumas», disse o chefe do executivo municipal,  José Artur Neves, à agência Lusa, acrescentando: « É por isso que não deixa de ser irónico que a PJ venha investigar-nos precisamente por supostos apoios ao clube.»

Segundo o presidente da câmara, as suspeitas estão relacionadas com o uso de instalações da autarquia, uma vez que o clube tem usado como sede o Estádio Municipal de Arouca. 

O Arouca ainda estava na II Liga quando foi registado como clube profissional, o que, de acordo com a legislação da época, implicava restrições relativamente a apoios da autarquia. Assim, estará sob investigação o período de transição entre o estatuto amador da coletividade e a sua profissionalização.

Neste momento, o relacionamento entre a câmara e o clube não é o melhor, já que não existe entendimento em relação à utilização do estádio. A autarquia considera que o Arouca tem de pagar renda, por ter passado a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas. Já o clube diz que a utilização do espaço devia continuar a ser gratuita.

José Artur Neves diz estar «totalmente tranquilo», recordando que «t odas as deliberações da câmara são do domínio público» e que «t udo o que a autarquia fez cumpriu com o que a Lei determina».

A investigação em curso pela Diretoria do Norte da PJ terá surgido na sequência de uma denúncia feita por  Luís Ferreira da Silva, eleito do PSD na Assembleia Municipal de Arouca,  ao Ministério Público.