O presidente da Liga procura passar uma «mensagem de tranquilidade» perante as polémicas associadas às arbitragens da 23ª jornada da Liga.

De visita à Escola Secundária de Penafiel, nesta quarta-feira, Pedro Proença afirmou que «no final dos campeonatos há sempre situações complicadas», falando até em «circunstâncias cíclicas», mas lembrou também a linha que não pode ser pisada.

«Temos todos de ter muita tranquilidade e perceber que uma coisa é a competição dentro do campo e outra é o que vai além disso, e há linhas que não podem ser ultrapassadas», disse o presidente da Liga, citado pela agência Lusa.

Proença acrescentou que «o futebol é só um jogo e o grande objetivo é tirar prazer dele», reforçando que «há limites para tudo». «Situações destas não podem deixar ninguém satisfeito, pois isto já não é futebol», reforçou.

O líder da Liga defendeu ainda que «as competições profissionais necessitam de um edifício muito mais tranquilo», considerando que «Duarte Gomes e outros nomes poderão ser excelentes candidatos à presidência do Conselho de Arbitragem».

Relativamente à ausência de árbitros portugueses no Euro2016, o antigo juíz internacional considerou tratar-se de uma «situação pontual», lembrando que a Seleção também nem sempre consegue o apuramento.

Confrontado com as queixas de alguns clubes da II Liga, por causa da distribuição das verbas do acordo de patrocínio com a chinesa “Ledman”, Proença disse que «há oito meses discutia-se o enquadramento da competição na Federação Portuguesa de Futebol, porque não havia quem investisse». «O projeto de sustentabilidade está a ser discutido e estamos a assistir às normais dores de crescimento», acrescentou.

O presidente da Liga disse ainda que o organismo «fez um esforço para resgatar uma competição que estava insolvente». «Esta direção conseguiu, nestes oito meses, colocar esta sustenção na base da discussão. Más questões eram não haver verbas para distribuir. Hoje estamos a discutir como vamos distribuir receitas de patrocínio que não existiram nos últimos 15 anos», reforçou.

Pedro Proença faz um balanço positivo dos oito meses à frente da Liga, garantindo que o organismo «estava em insolvência técnica». «O trabalho de revitalização das contas é para quatro anos e não para oito meses. Não será a discussão desportiva que nos vai desviar do nosso caminho, apresentando as nossas propostas e aquilo que pretendemos atingir», resumiu.