Deu empate na Pedreira o jogo de encerramento da 14ª jornada da Liga. Um Paços humilde e que assumiu a supremacia do Sp. Braga arrancou uma igualdade (1-1) na cidade dos arcebispos, atrasando assim o conjunto de Paulo Fonseca na perseguição ao Benfica.
 
A equipa da casa dominou o encontro, jogou no meio campo adversário e até chegou à vantagem aos 22 minutos por intermédio do sérvio Stojiljkovic, mas deixou-se empatar no início do segundo tempo através de uma grande penalidade convertida por Pelé. Depois do triunfo épico sobre o Sporting na Taça de Portugal, os guerreiros voltam a perder pontos em casa em jogos do campeonato.
 
Os minhotos entraram em campo como tem sido apanágio esta época, assumindo as rédeas do encontro sem dó nem piedade do adversário, subjugando-o e impondo um sofrimento coletivo em frente à baliza. Foi assim também esta noite com o Paços de Ferreira, que se limitou a resistir ao ímpeto bracarense.
 
A resistência durou até ao minuto 22, altura em que a dupla atacante escalonada por Fonseca fez abanar as redes de Marafona. Rui Fonte serviu Stojiljkovic, o sérvio ganhou posição na área e evitou o guarda-redes pacense antes de fazer trabalhar o marcador.
 
Processos simples, tudo tão natural como perspetivado. Apenas desatenções da equipa da casa permitiam aos castores vislumbrar as redes distantes do russo Kritciuk do outro lado da barricada. Mas apenas se vislumbravam como uma miragem, muito difícil de alcançar. Mesmo tirando o pé do acelerador o Sp. Braga continuou a dominar, desperdiçando uma oportunidade flagrante para ampliar a vantagem por intermédio de Alan.
 
Barnes mexe com o jogo
 
Ao intervalo Jorge Simão fez uma alteração, introduziu Barnes no encontro e foi precisamente o jogador ganês a mexer com o jogo e a fazer o «amarelo» notar-se na pedreira. Numa jogada aparentemente controlada, os jogadores bracarenses iludiram-se com a parca produtividade pacense do primeiro tempo e deixaram Barnes ganhar terreno.
 
O jovem foi até à cara de André Pinto, obrigando o experiente central do Sp. Braga a cometer grande penalidade. Da marca dos onze metros, de forma pouco ortodoxa com um encaminhar para a bola em forma de dança, Pelé foi eficaz e restabeleceu o empate.
 
Num lance, o Paços mexeu com o jogo e provocou uma reação enérgica do Sp. Braga, que partiu de imediato atrás do prejuízo. Corrida desenfreada dos bracarenses atrás da vantagem, chegando mesmo a perder a lucidez. Era tudo feito com demasiada pressa e o Paços aproveitava para queimar uns segundos preciosos, enervando o público e os próprios jogadores arsenalistas.
 
Assalto final sem estocada
 
Por entre uma série de lances de ataque sem o melhor seguimento do Sp. Braga, o Paços ousou descer novamente à área adversária e quase fez o mercúrio do termómetro baixar ainda mais na cidade dos arcebispos.
 
Na sequência de um pontapé de canto Ricardo atirou o esférico ao travessão, a meias com uma grande defesa de Kritciuk, para Diogo Jota ressacar para golo no interior da pequena área. Estava levantada a bandeirola, Jota estava adiantado.
 
O Paços reconheceu que apenas num lance fortuito seria capaz de conseguir mais, por isso agarrou-se ao empate, às vezes recorrendo ao antijogo tentando pausar em demasia o encontro. O Sp. Braga lançou-se para o assalto final, voltou a instalar-se no meio campo adversário, mas não conseguiu dar a estocada que procurava.
 
De barriga cheia depois da goleada sobre o União da Madeira, o Paços de Ferreira é a terceira equipa a roubar pontos na Pedreira impondo um resultado escasso ao Sp. Braga, que fez por merecer mais. A ineficácia não deu para mais, o ponto premeia a estratégia do Paços, que desde o início demonstrou que um ponto até era interessante.