Numa luta contra a matemática da descida, o Paços encara todos os jogos como finais. Três vitórias garantiam a manutenção sem depender de ninguém, mas à equipa de Jorge Costa não basta o querer que coloca em campo, sobretudo quando defronta um adversário como o Nacional.

A defesa pacense tremeu perante as investidas de Djaniny, Candeias, Reginaldo e Rondón. Valeu ao Paços o facto de Djaniny estar em tarde perdulária, para o marcador não estar mais desiquilibrado.

E se o sector recuado dos castores não estava a funcionar, o ataque também não conseguiu, até mesmo em cima do intervalo, dar trabalho a Gottardi. Os passes saíam errado, os remates muito por cima, e a eficácia defensiva do Nacional também não ajudou os avançados Bebé e Del Valle, que só a espaços mostraram (um pouco) do que sabem fazer.

Já o Nacional mostrou ser uma equipa muito organizada, provando que não é por acaso que já assegurou a presença nas competições europeias. Muito sólida na defesa e com um bloco atacante rapidíssimo no contra-ataque, sem nunca deixar a baliza de Gottardi desprotegida.

Miguel Rodrigues apareceu solto na área para cabecear num canto, obrigando Degrá a uma grande defesa, para canto. No lance seguinte, na cobrança do canto por Candeias, novamente Miguel Rodrigues a apanhar a defesa pacense desatenta, e, desta vez, a marcar.

O Nacional podia ter marcado antes e depois por Djaniny, que hoje parecia não conseguir encontrar o caminho da baliza, com alguns falhanços inacreditáveis. Candeias, também podia ter aumentado, mas a bola saiu ao lado.

Só nos últimos cinco minutos da primeira parte Sérgio Oliveira e Del Valle obrigaram a três grandes defesas, mas a baliza do Nacional permaneceu inviolável.

Na segunda parte, o Nacional pôs o pé no acelerador e começou a pressionar mais, pondo mais a nú as fragilidades dos pacenses. E, numa perda de bola de Ricardo junto à área, Rondon ficou com a bola nos pés frente a Degrá e só teve que empurrar.

O 2-0 abalou ainda mais as fundações da equipa da casa e, aos 59 minutos, Claudemir a tentar passar pelos centrais do Paços, foi travado em falta por Boaventura, originando uma grande penalidade. O próprio Claudemir encarregou-se de converter para o 3-0.

Rondón ainda fez o 4-0 já sem qualquer oposição. O avançado do Nacional apareceu na área, sozinho, e só teve de cabecear para o fundo da baliza. Voltou a fazer o mesmo, aos 86 minutos, para o 5-0.

Resultado justo para premiar a classe dos insulares, e que podia mesmo ser mais pesado, perante um Paços que teve muito querer, mas pouco saber para o conseguir.

O Nacional garante assim a passagem às competições europeias. O Paços vê as suas contas complicarem ainda mais na luta pela permanência.