Um golo para cada lado e um empate que dificilmente espelha o que se passou em campo durante os 95 minutos de jogo. Num encontro em que ambos os treinadores precisavam de vencer – José Mota porque é a estreia ao comando do Gil e Paulo Fonseca porque ainda não conseguiu uma vitória em casa –, é o técnico pacense quem fica com o sabor mais amargo na boca pelo resultado. Em 15 minutos maus, o Paços deixou-se empatar e acabou por não conseguir recuperar.

Na anterior passagem de Paulo Fonseca pelo Paços, o meio campo forte era a imagem de marca da equipa. Este domingo, na Mata Real, os castores voltaram a apresentar um excelente setor central na primeira parte. Uma máquina oleada com Sérgio Oliveira, Manuel José, um inspirado Minhoca, e um irrequieto Hélder Lopes, a subir e descer todo o corredor esquerdo, faziam a bola deslizar até junto da baliza de Adriano e a defesa gilista parecia nada poder fazer para os travar. Faltava só que Cícero e Bruno Moreira, os homens mais avançados, fizessem a sua parte, mas nenhum dos dois esteve particularmente bem. Então coube aos homens do meio campo atacar a baliza e obrigar Adriano a um par de boas defesas na primeira parte.

Era preciso desbloquear a baliza e foi o que acabou por acontecer aos 42 minutos, quando Ricardo recebe na área uma bola resultante de um livre cobrado por Sérgio Oliveira, e empurra para o 1-0.

Do outro lado, só Diogo Valente parecia fugir de um desnorte que se apoderou da equipa do Gil Vicente, e visava a baliza de Defendi, obrigado o guarda-redes pacense a uma defesa por instinto para evitar o empate.

Na segunda parte o Gil Vicente entrou melhor do que nos 45 minutos anteriores e começou a atacar mais. O Paços foi-se deixando estar, parecendo dar o jogo por ganho ainda antes de o relógio chegar aos 90. Paulo Fonseca começou a fazer alterações, tirando Minhoca, para fazer entrar Urreta. Coincidência ou não (já que o médio era o melhor jogador em campo), a partir daí tudo piorou para os pacenses.

José Mota mexeu também na equipa e o Gil continuava a tentar chegar ao golo. Até que, aos 71 minutos, após o cruzamento de Diogo Viana, Peks saltou na área para fazer o empate.

Desde aí, o Paços voltou a pegar no jogo, mas já de nada adiantou. Já amarelados, os centrais gilistas, novamente incapazes de travar as investidas pacenses, viram o segundo amarelo e foram expulsos. Com mais dois elementos, os castores passaram os últimos 15 minutos a fazer um verdadeiro tiro ao alvo à baliza de Adriano. Ederson Farias, por duas vezes atirou, isolado, à figura do guarda-redes gilista. Sérgio Oliveira fez a bola roçar a trave e o poste, mas o golo não chegou e o marcador chegou ao final com o mesmo 1-1.